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Local para as ONGs na Rio₊20 segue indefinido

Cúpula dos Povos, que deve atrair 10 mil pessoas, ocorre de 15 a 23 de junho, mas alojamento é incerto

Por Felipe Werneck e RIO
Atualização:

A menos de três meses da Rio+20, a conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, continua indefinido o local que deverá abrigar alojamentos para as 10 mil pessoas esperadas para a Cúpula dos Povos. A cúpula é um evento organizado pela sociedade civil, que será realizado de 15 a 23 de junho no Aterro do Flamengo, na zona sul do Rio, paralelamente ao encontro oficial, marcado para o Riocentro, na zona oeste. Representantes de ONGs se reuniram anteontem com o prefeito Eduardo Paes (PMDB). Inicialmente, a prefeitura havia indicado a Quinta da Boa Vista, na zona norte, como local para os acampamentos. Fátima Mello, da ONG Fase e membro do Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio+20, diz que o "fracionamento" da Cúpula dos Povos em locais distintos é "inaceitável"."Houve um avanço significativo nas negociações. Agora ofereceram escolas perto do Aterro, áreas do sambódromo (no centro), um galpão e um terreno no Cais do Porto", diz Carlos Henrique Painel, do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais. Para Painel, a questão dos alojamentos é o "nó górdio" dos preparativos para a Rio+20. "Os locais não são tão próximos do Aterro quanto gostaríamos, mas estamos mais perto de uma solução." Segunda-feira haverá mais uma reunião para discutir o tema. Fátima diz que o objetivo não é montar acampamentos no Aterro do Flamengo, projetado por Roberto Burle Marx, por causa dos riscos de dano ao patrimônio público. A ideia, diz, é usar áreas no entorno do parque para alojar os grupos que chegarão à cidade. Assim, eles ficariam perto de áreas do Aterro que serão usadas para palestras e uma série de eventos durante a cúpula. "Os movimentos sociais serão o coração da cúpula. Não tem solução de mobilidade fácil entre a Quinta e o Aterro. Se os acampamentos ficarem longe, vão dividir a cúpula ao meio", diz Fátima. A falta de recursos também preocupa. "Estamos a 78 dias da cúpula e os R$ 11 milhões prometidos pelo governo ainda não chegaram", afirma Painel.Presidente do Grupo de Trabalho para a Rio+20, Sérgio Besserman diz que a prefeitura procura atender às demandas de todos. "Essa é uma negociação que não preocupa, porque há muita boa vontade da parte de todos. O estrangulamento de infraestrutura é mais em hotéis 5 estrelas."

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