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Londres protesta por execução na China

Britânico que tentou entrar no país com 4 kg de heroína é executado

Por NYT e LONDRES
Atualização:

Um cidadão britânico, preso ao tentar entrar na China com quatro quilos de heroína, foi executado ontem por Pequim, apesar de sua família alegar que ele sofria de problemas mentais e dos apelos de grupos de defesa de direitos humanos e do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown. Akmal Shaikh, de 53 anos, foi executado com uma injeção letal em Xinjiang, no oeste da China, onde foi preso em 2008.Em um comunicado, Brown condenou a execução "nos termos mais enérgicos" e declarou-se "estarrecido" pelo fato de o tribunal não ter concedido clemência a Shaikh.O chanceler britânico, David Miliband, também condenou a execução, e a Grã-Bretanha convocou a embaixadora chinesa em Londres, Fu Ying, para registrar seu protesto. "A Grã-Bretanha opõe-se absolutamente à aplicação da pena de morte em todas as circunstâncias", declarou Miliband, por meio de um comunicado oficial. "Lamento ainda profundamente o fato de nossas preocupações específicas a respeito do indivíduo neste caso não terem sido levadas em consideração, apesar dos reiterados apelos do primeiro-ministro, dos ministros e de meus pedidos pessoais." A filha de Shaikh, Leilla Horsnell, teria afirmado estar "chocada e decepcionada pelo fato de a execução ter sido realizada sem qualquer consideração pelos problemas de saúde" do pai. "Esforço-me para entender como se possa chamar a isto de justiça", afirmou à agência Associated Press.Dois primos de Shaikh, Soohail e Nasir Shaikh, que viajaram para a China, disseram estar "atônitos" com as sugestões de que o próprio condenado deveria ter apresentado provas da frágil situação de suas saúde mental", segundo informou a BBC.REVOLTAGrupos de direitos humanos afirmam que Shaikh, ex-motorista de táxi, foi o primeiro europeu executado na China em mais de 50 anos.A última vez que isso ocorreu foi em 1951, quando um italiano e um japonês foram fuzilados após serem condenados por envolvimento num suposto complô para assassinar Mao Tsé-tung e outros líderes chineses.

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