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Los Angeles se aproxima de racionamento de água

Por STEVE GORMAN
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A maior empresa de serviços públicos dos EUA aprovou na terça-feira a adoção de um racionamento de água em Los Angeles pela primeira vez em quase duas décadas, já que as recentes chuvas na região não atenuaram os efeitos da recente seca na Califórnia. Pelo plano adotado preliminarmente pela direção do Departamento de Água e Energia de Los Angeles, casas e empresas pagarão uma tarifa punitiva -- quase o dobro da normal -- para a água que exceder uma determinada quota mensal. A direção da empresa, composta por cinco membros, deve votar formalmente os detalhes da medida em março. O racionamento deve entrar em vigor em maio, a não ser que a Câmara dos Vereadores o rejeite -- algo improvável, já que o prefeito Antonio Villaraigosa defendeu a medida na semana passada em um plano contra a escassez hídrica. A única vez em que a sobretaxa foi adotada na cidade, a segunda maior dos EUA, foi entre março de 1991 e março de 1992, na última grande seca do Estado. A medida reduziu o consumo de água em Los Angeles em cerca de 25 por cento, segundo o Departamento de Água e Energia. Por unanimidade, a empresa aprovou também que os "sprinklers" para irrigação de jardins sejam usados no máximo em dois dias da semana, como pediu o prefeito. A irrigação das plantas representa 40 por cento do uso residencial de água na cidade, segundo o DAE, que atende cerca de 3,8 milhões de residências e empresas em Los Angeles. San Diego e outras cidades da Califórnia também cogitam medidas semelhantes. A falta de água se soma a outros problemas preocupantes da Califórnia, como o desemprego, os despejos imobiliários e uma crise orçamentária. A cobertura de neve na serra Nevada, uma das principais fontes de água doce superficial no Estado, está bem abaixo do normal, e os reservatórios alimentados pelas vertentes da serra também estão muito reduzidos, devido a uma seca que já entra no seu terceiro ano. As autoridades hídricas estaduais dizem que a atual seca pode ser a pior da história na Califórnia, agravada pelo crescimento populacional constante. As recentes chuvas (e as nevascas nas montanhas) trouxeram algum alivio depois do janeiro mais seco já registrado no Estado, mas "este último conjunto de tempestades não nos tirou dos apuros de forma alguma", disse o administrador hídrico James McDaniel à direção do DAE. Além disso, há restrições da Justiça federal a respeito da quantidade de água que pode ser bombeada do delta do Sacramento-San Joaquin, no norte da Califórnia, para proteger espécies ameaçadas de peixes. Por isso, os operadores cortaram a quantidade de água do delta fornecida a propriedades rurais e cidades de todo o Estado para 15 por cento do previsto neste ano, e podem reduzir ainda mais. A bacia do rio Colorado, de onde o sul da Califórnia importa água, está saindo de uma seca de oito anos, mas seus reservatórios permanecem baixos.

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