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Lucros nos EUA podem se recuperar em 2014 se economia ganhar força

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Por Redação
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Uma economia norte-americana mais robusta pode dar ímpeto aos lucros em 2014 e impulsionar o gasto corporativo, dando algum conforto para investidores preocupados com preços de ações inchados. Um crescimento econômico mais acelerado deve se traduzir em um melhor crescimento de vendas para o índice Standard & Poor 500, e por isso investidores estão observando as demonstrações financeiras do quarto trimestre, que serão divulgadas logo, para ver se os presidente-executivos soam mais otimistas --e se planejam gastar a enorme pilha de dinheiro que estão guardando. Aparentemente, o crescimento no quarto trimestre será medíocre, mas um nível excepcionalmente alto de alertas sobre lucro para o trimestre pode montar o palco para que as empresas superem as expectativas, que foram dramaticamente reduzidas. Para o S&P 500, a previsão é de que o lucro do quarto trimestre apresente crescimento de 7,7 por cento ante um ano antes, enquanto se espera que a receita tenha subido apenas 0,4 por cento, segundo dados da Thomson Reuters. Mas é a perspectiva para o resto do ano que terá a atenção dos investidores. Um ritmo melhor de contratações --não obstante o relatório de empregos fraco, afetado pelo clima, de dezembro-- em conjunto a uma produção doméstica de energia elevada, preços imobiliários e de ativos subindo e uma fisgada fiscal menor de Washington podem ajudar a empurrar o crescimento de 2014 rumo a mais robustos 3 por cento. Caso isso ocorra, o crescimento de vendas subirá também. Analistas da Mizuho Securities observaram que um PIB em crescimento é um bom preditor de crescimento do lucro. "Acredito que há uma boa chance que vejamos as expectativas se elevando de maneira geral conforme o ano avança", disse Carmine Grigoli, chefe de estratégia de investimentos da Mizuho Securities em Nova York. O crescimento previsto de receita para 2014 é atualmente de 3,8 por cento, segundo dados da Thomson Reuters, após uma estimativa de apenas 1,8 por cento em 2013, mas alguns veem números melhores. O Goldman Sachs, por exemplo, espera um crescimento de 5,1 por cento graças à melhora da economia. A relação histórica entre o crescimento do lucro e a economia sugere que a esperada aceleração da economia pode acrescentar entre 3 a 5 pontos percentuais ao crescimento do lucro do S&P, disse Grigoli em nota de pesquisa esta semana. Isso também pode significar que mais crescimento pode ter origem em vendas do que nos últimos trimestres, de modo que as empresas terão que depender menos de cortes de custos para elevar suas margens. Analistas preveem que as companhias começarão a sinalizar que estão prontas para gastar mais em investimentos após anos de cautela nesta frente, e que haverá um aumento na atividade de negócios e acordos e de recompras de ações. "Esperamos que eles comecem a abrir mais a mão", disse Karyn Cavanaugh, estrategista de mercado na ING US Investment Management. "Tivemos o abismo fiscal, o sequestro (corte automático de gastos governamentais em todos os setores dos Estados Unidos) e a paralisação de Washington, e o mundo não se despedaçou". (Por Caroline Valetkevitch)

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