Lula critica violência em Gaza e diz que país pode ser mediador

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Por Redação
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Ao participar de cerimônia pelo Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que o Brasil quer contribuir para a paz entre israelenses e palestinos e criticou a escalada da violência na solução de conflitos. "O Brasil tem condições e credenciais para participar, junto com outros países, de iniciativas que conduzam a um consenso para superar a violência e a irracionalidade", afirmou Lula na cerimônia realizada na sinagoga Beit Yaacov, no bairro de Higienópolis, em São Paulo. Usando um quipá (símbolo do temor a Deus para os judeus), Lula disse que a paz "só tem a ganhar com a participação de países como o Brasil". Ele relatou a viagem do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao Oriente Médio neste mês, em meio aos ataques de Israel à Faixa de Gaza, com o objetivo de apoiar os esforços para o cessar-fogo. Lula defendeu o reconhecimento do direito de constituição do Estado palestino e da existência de Israel e afirmou que "o Brasil não aceita a escalada da violência como solução para os conflitos". Disse ainda que a intolerância e a xenofobia ainda não foram totalmente extintas, mas destacou a eleição do presidente Barack Obama nos Estados Unidos, onde "há poucas décadas, negros e bancos não tinham os mesmos direitos". O Brasil, afirmou, "não aceita discriminação. Judeus e árabes, sejam religiosos ou não, convivem pacífica e harmoniosamente em nossas cidades. Por isso, o conflito entre Israel e palestinos, no Oriente Médio, atinge os corações e as mentes de todos e nos obriga a evitar que o ódio contamine o nosso país". Ele visitou uma exposição de fotos em memória às vítimas do Holocausto acompanhado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador José Serra, ambos do PSDB. É o quarto ano consecutivo que Lula participa da cerimônia pela data, instituída pelas Nações Unidas. (Reportagem de Carmen Munari)

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