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Lula defende distribuição direta de recurso para ativar economia

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Por Redação
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Ao criticar empresários que nem sempre repassam as desonerações fiscais para os consumidores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira a distribuição direta de recursos à população como o melhor meio de se ativar a economia. Segundo Lula, cada real dado às famílias mais pobres é certamente revertido em consumo. "Tenho tido reuniões no Ministério da Fazenda e dito que, em vez de desonerar tudo, por que não dar para os pobres? Às vezes, desoneramos e vocês (empresários) não passam para o preço do produto", disse o presidente Lula em discurso no Rio de Janeiro. Ele lembrou que, desde que assumiu o governo, as desonerações sobre produtos como máquinas, automóveis e eletrodomésticos, entre outros, somam 100 bilhões de reais. "Imaginem 100 bilhões na mão do povo", declarou. Como exemplo, o presidente voltou a lembrar que o fim da CPMF (imposto do cheque) não provocou uma redução nos preços dos produtos no país. Mas admitiu que a redução de impostos promovidas para enfrentar a crise têm estimulado o consumo de veículos e eletrodomésticos. Ele salientou ainda que desonerações para classes mais altas normalmente não se revertem em consumo. "Cada real que você dá na mão de um pobre ele volta automaticamente para o comércio, para o consumo e vai reativar a economia. Um real para mil pessoas são mil reais para o comércio", disse Lula. "Ele (o pobre) não vai para o banco, para o derivativo, é isso que precisamos fazer para a economia deste país crescer". Lula também defendeu o nível da carga tributária brasileira como mecanismo de política social. "A carga tributária da América Central é 9 ou 10 por cento. Um país com 9 ou 10 por cento de carga não tem Estado, porque o Estado não pode cuidar de nada", afirmou. No Brasil, a carga é de 38,45 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). (Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

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