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Lula defende regulamentação como resposta para crise

Por CARMEN MUNARI
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira uma "resposta política" para a crise financeira dos mercados internacionais. Durante evento com empresários em São Paulo, o presidente disse que essa resposta política passa pela adoção de medidas regulatórias para "combater a anarquia" dos mercados financeiros. As bolsas de valores viveram mais um dia de caos nesta sexta-feira. Os mercados asiáticos amargaram quedas superiores a 10 por cento, como no Japão. O pessimismo se arrastou pela Europa e atingiu em cheio as ações nos Estados Unidos e no Brasil, onde a Bovespa chegou a suspender os negócios por 30 minutos no início da manhã, depois que seu principal índice, o Ibovespa, caiu mais de 10 por cento. Apesar de reconhecer que a crise é bem maior do que o governo brasileiro vinha afirmando até há pouco, Lula não abriu mão do otimismo usual e disse que o Brasil está mais preparado para enfrentar a crise "do que qualquer país do mundo". "Tenho mostrado mais otimismo do que alguns gostariam... eu não sou homem chegado a vender catástrofes quando não estou vendo catástrofe... conheço o Brasil, sei o que o Brasil já passou, e o Brasil vem se preparando há tempos para se transformar em uma economia sólida", afirmou o presidente. "O Brasil está mais preparado do que qualquer país do mundo", acrescentou. Lula voltou a afirmar que o governo tem adotado medidas para garantir crédito às empresas brasileiras e insistiu que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estará pronto para garantir recursos para as empresas que precisarem. O presidente também disse que está disposto a percorrer o mundo atrás de crédito para as empresas do país. "Se for preciso eu vou correr o mundo atrás de quem tiver dinheiro para emprestar para um bom pagador", afirmou. Lula também insistiu na retomada das negociações da rodada de Doha de comércio mundial. O presidente disse que pretende discutir com o primeiro-ministro da Índia uma forma de retomar as negociações suspensas em julho. "A melhor resposta para a crise é fechar (o acordo da) a rodada de Doha", disse. (Texto de Renato Andrade)

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