
03 Julho 2009 | 13h43
Ao contrário da bancada do PT, que chegou a pedir o afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para isentar as investigações das denúncias que atingiram a Casa, Lula entende que a permanência do senador é a garantia da aliança com o PMDB e a continuidade de seu apoio do partido.
"Ele (Lula) não concorda com a nossa proposta de licença temporária. Ele considera que, se o presidente Sarney tiver uma licença temporária, ele dificilmente voltará à presidência do Senado e que este processo vai gerar uma crise política mais profunda", disse a jornalistas nesta sexta-feira o líder do PT, senador Aloizio Mercadante (SP).
"A oposição tem interesse em aprofundar a crise política no Senado", acrescentou.
Na quinta-feira, em discurso no Senado antes do jantar com Lula, Mercadante disse que a crise na instituição não pode ser personalizada em Sarney e que é de responsabilidade dos 81 senadores. Afirmou ainda que sua "combatividade" está a serviço do presidente Lula.
Na própria quinta, Mercadante havia defendido a licença de Sarney, que foi rejeitada pelo presidente do Senado, que disse ao PT que renunciaria ao cargo, mas não se afastaria. A bancada se reúne novamente na terça-feira. Dos 12 senadores petistas, havia ao menos cinco que defendiam a licença.
"Eu acho que nós temos que pensar neste momento no custo político para a sociedade e para a instituição", disse a senadora Marina Silva (AC), que durante a semana havia se manifestado a favor da licença para o presidente do Senado.
(Texto de Carmen Munari; Edição de Alexandre Caverni)
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