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Deputados e governadores se solidarizam com demissão de Mandetta; veja repercussões

Luiz Henrique Mandetta deixa Ministério da Saúde após semanas de atrito com o presidente Jair Bolsonaro

Foto do author Marlla Sabino
Por Camila Turtelli e Marlla Sabino
Atualização:

BRASÍLIA – A Câmara dos Deputados teve reação imediata à demissão do Luiz Henrique Mandetta a frente do Ministério da Saúde. Durante a sessão virtual, realizada nesta tarde para votar a ampliação do auxílio-emergencial, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou seu microfone para “deixar sua homenagem” ao colega de partido.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta Foto: Dida Sampaio / Estadão

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“Aproveito, e tenho certeza que falo em nome da maioria da Câmara dos Deputados, no momento em que o ministro Mandetta anuncia que foi demitido pelo presidente da República, a nossa homenagem à sua dedicação, ao seu trabalho, sua competência, sua capacidade”, disse Maia no plenário. “Mandetta deixa um legado, uma estrutura para que o Brasil, o governo federal, Estados e os municípios, tenham condições de atender da melhor forma possível a sociedade brasileira”, disse.

O deputado Arnaldo Jardim (SP), líder do Cidadania, corroborou as palavras de Maia e disse que o ministro honrou o cargo. “Espero que não se demita a Ciência, que não se demita o critério objetivo para enfrentar essa pandemia”, disse.

O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), divulgou uma nota lamentando a demissão de Mandetta, que é filiado ao partido. O deputado disse que o agora ex-ministro é motivo de orgulho para o País e para o partido. "Íntegro, permaneceu até o último minuto servido ao País", declarou.

Major Olimpio (SP), líder do PSL no Senado, afirmou em vídeo divulgado por WhatsApp qfoi demitido porque não abriu mão de princípios científicos e médicos em "nome da saúde do povo brasileiro".

O senador disse que, se o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, persistir na defesa do isolamento horizontal por causa da covid-19, terá "problemas sérios" com o presidente e "não vai durar 30 dias no cargo ou terá que rasgar o seu diploma e contrariar toda a comunidade científica mundial".

Para a líder do PSOL na Câmara, Fernanda Melchiona (RS), afirmou que a demissão de Mandetta significa a "demissão da ciência e de todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS)". "O que precisa ser demitido é o presidente Jair Bolsonaro", defendeu.

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Em nota, o líder do PSB, Alessandro Molon (RJ), fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro. “A demissão de Mandetta não passa de um acerto de contas por parte de um chefe que, no auge de sua mediocridade, não tolera um auxiliar se destacando mais do que ele. Um comportamento irresponsável de quem está mais preocupado com sua reeleição do que em salvar as vidas dos brasileiros”, disse Molon.

"População está vendo que a troca de ministro é o resultado de um governo inoperante", afirmou o líder do PT na Câmara, Enio Verri.

Governadores

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), se manifestou pelas redes sociais e chamou a saída de Mandetta uma "perda para o Brasil".

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Em nota, o PSDB disse que a troca de comando no Ministério da Saúde é um movimento temerário de Bolsonaro, no momento em que o País parece estar ingressando na fase na crítica da pandemia.  “O fundamental agora é perseverar nas políticas de distanciamento social, consideradas até o momento as melhores iniciativas identificadas por todo o mundo para enfrentar o novo coronavírus – mesmo que sejam medidas combatidas pelo próprio presidente”, diz o partido no texto.

Correligionário de Mandetta, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), agradeceu o trabalho do agora ex-ministro e disse que ele "salvou vidas".

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também lamentou a saída de Mandetta e desejou êxito a Teich.

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