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Maior lago de água salgada da China pode secar

A ida de turistas ao lago Qinghai aumenta a quantidade de resíduos nas margens, onde a proliferação de hotéis e restaurantes também constitui uma ameaça

Por Agencia Estado
Atualização:

O lago Qinghai, situado no planalto tibetano e considerado o maior de água salgada da China, pode secar em dez anos, devido à excessiva exploração turística, advertiram especialistas citados pela imprensa local. O lago, de 4.285 quilômetros quadrados, é o hábitat natural de vários animais e plantas em risco de extinção e, "uma vez destruído, será impossível recuperá-lo, por mais que sejam tomadas medidas de proteção", afirmou o acadêmico chinês Shen Ji, do Instituto de Geografia de Nanquim. Nos últimos 40 anos, segundo Shen, o nível do lago desceu quase quatro metros, e sua área diminuiu em 670 quilômetros quadrados. Analistas de todo o mundo participam, nesta semana, de uma conferência internacional sobre regiões lacustres na cidade de Nanchang, no sudeste da China, onde veio à tona o risco a que estes ecossistemas estão expostos. O lago Qinghai, situado na província chinesa de mesmo nome, registra reduções do nível de água e crescentes índices de poluição desde a década de 60, segundo o jornal South China Morning Post. Os especialistas da conferência de Nanchang afirmaram que a recente inauguração do primeiro trem para o Tibet, que passa perto do lago, poderia aumentar o número de turistas na região, e isso prejudicaria ainda mais o ecossistema. É esperado um aumento de até 30% no número de visitantes. O lago é a paisagem natural mais conhecida e visitada pelos oito milhões de turistas que a cada ano vão a Qinghai, uma remota província pouco habitada, que sediou campos de trabalho forçado com presos políticos chineses, durante a Revolução Cultural (1966-76). A ida de turistas ao "mar verde", o significado da palavra Qinghai, aumenta a quantidade de resíduos nas margens, onde a proliferação de hotéis e restaurantes também constitui uma ameaça para o delicado meio ambiente da região.

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