Mandela passa por mais exames em hospital após 'boa noite de descanso'

Comunicado do gabinete do presidente Jacob Zuma diz que o líder antiapartheid está 'em boas mãos'

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Por Redação
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PRETÓRIA - Nelson Mandela, o ex-presidente sul-africano e reverenciado líder antiapartheid, de 94 anos, será submetido a mais exames no hospital nesta segunda-feira, 10, depois de ter tido um bom descanso em sua segunda noite internado, informou o governo. Um comunicado do gabinete do presidente Jacob Zuma, que visitou o ganhador do Prêmio Nobel da Paz no domingo, não deu outros detalhes além de dizer que "o presidente Mandela teve uma boa noite" e estava "em boas mãos". Ele também agradeceu ao público por suas mensagens de apoio. O ministro da Defesa, Nosiviwe Mapisa-Nqakula, disse a jornalistas depois de visitar Mandela no hospital 1 Military, em Pretória, que ele estava "muito, muito bem". O Exército é responsável pela saúde dos presidentes e ex-presidentes sul-africanos.

Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul e um símbolo mundial de resistência ao racismo e à injustiça, passou 27 anos nas prisões do apartheid, incluindo 18 anos na Ilha Robben, na costa da Cidade do Cabo. Ele foi libertado em 1990 e eleito presidente em uma eleição histórica de todas as raças em 1994, que terminou com o regime da minoria branca na economia mais importante da África. Mandela usou seu prestígio inigualável para pressionar pela reconciliação entre brancos e negros, criando uma comissão para investigar crimes cometidos por ambos os lados na luta antiapartheid. O partido Congresso Nacional Africano, de Mandela, continuou a governar desde sua aposentadoria da política em 1999, mas tem sido criticado por corrupção e lentidão para lidar com as desigualdades da era do apartheid na educação, habitação e saúde. Quando Mandela foi internado no sábado, funcionários enfatizaram que não havia motivo de preocupação, embora a imprensa local tenha sugerido que altos membros do governo e pessoas próximas a ele tenham sido pegos de surpresa. O jornal City Press disse que tanto a Fundação Nelson Mandela quanto sua ex-mulher, Winnie Madikizela-Mandela, não sabiam sobre a transferência de Mandela para a capital desde sua casa na remota aldeia de Qunu, na província do Cabo Oriental. "Eu desejo ao sr. Mandela uma rápida recuperação da doença, para que possamos estar com ele o tempo todo. Ele foi um bom presidente, um bom líder, então ele deve estar com a gente", disse John Sekiti, um frentista de posto de gasolina, em Pretória. Mandela continua a ser um herói para a maioria dos 52 milhões de habitantes da África do Sul, e duas breves passagens pelo hospital nos últimos dois anos foram notícia de primeira página nos jornais do país. Ele passou um tempo em um hospital de Johanesburgo, em 2011, com um problema respiratório, e novamente em fevereiro deste ano por causa de dores abdominais. Ele foi liberado no dia seguinte depois de um exame mostrar que não havia nada sério. Desde então, o ex-presidente tem passado a maior parte de seu tempo em Qunu. Sua saúde frágil o impede de fazer quaisquer aparições públicas na África do Sul, embora tenha continuado a receber visitantes nacionais e internacionais de alto escalão, incluindo o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, em julho.

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