
12 de fevereiro de 2013 | 03h35
A agremiação verde e rosa, que prestou uma homenagem à cidade de Cuiabá com o enredo "Cuiabá: Um Paraíso no Centro da América", conseguiu levantar o público que lotou as arquibancadas do sambódromo com as inovações, mas teve a apresentação comprometida pelos problemas.
Durante as paradonas, sem o áudio do carro de som e sem o batuque dos ritmistas, uma alegoria que desfilava logo atrás com cantores na avenida era responsável por conduzir o canto dos componentes da escola e do público, que correspondeu com muitos aplausos e vibração.
As dificuldades para posicionar os quase 500 componentes das duas baterias, no entanto, e essa alegoria dos músicos nos dois recuos da avenida atrasaram a passagem da escola, que precisou acelerar o ritmo das últimas alas e carros alegóricos para tentar não estourar o tempo limite de 82 minutos.
Outro problema com as paradonas aconteceu na retomada das baterias, que voltavam a tocar em um momento diferente do samba em relação ao canto dos integrantes que estavam distantes.
Quando já estava com o tempo estourado, a escola ainda teve um problema com o último carro, "Sustentabilidade: A Bola da Vez e a Vitória Vida". Uma borboleta gigante erguida por uma grua colidiu na torre de fotógrafos e cinegrafistas do sambódromo e ficou presa por alguns minutos.
Funcionários da escola que tentaram destravar o carro e depois o empurraram para encerrar o desfile foram à exaustão após o fechamento da pista. Alguns se jogaram no chão assim que o portão foi fechado, e choraram.
"O carro da borboleta prendeu na torre e a gente escolheu atrasar o desfile para não prejudicar em outros quesitos como harmonia", disse o presidente da escola, Ivo Meirelles, a repórteres após o desfile.
O presidente afirmou que a decisão de levar duas baterias não comprometeu o andamento da Mangueira, apesar de a escola ter estourado o tempo mesmo antes do problema com o carro alegórico.
"A gente passaria um minuto só, que seria um décimo", disse. "A bateria foi um espetáculo. Espetáculo nunca atrapalha. Você não vai ver nem ontem nem hoje tamanho espetáculo na arquibancada. Foi histórico", afirmou.
Segundo o presidente, foram três anos seguidos de inovação na bateria. "Desfile precisa disso, precisa sair da burocracia, precisa sair do marasmo. Esse desfile precisa de emoção, de gritaria, e isso foi o que a Mangueira proporcionou."
(Por Pedro Fonseca e Maria Pia Palermo)
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.