Manifestantes e polícia se enfrentam na Líbia

Ativistas na segunda maior cidade do país pediam a libertação de advogado que faz oposição ao governo.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Khadafi chegou ao poder por meio de um golpe, em 1969 Centenas de manifestantes enfrentaram a polícia e ativistas pró-governo na cidade de Benghazi, no leste da Líbia, a cerca de mil quilômetros da capital do país, Trípoli. Testemunhas disseram à BBC que a tensão foi desencadeada pela prisão de Fathi Terbil, um advogado e notório crítico do presidente Muammar Khadafi que representa as famílias de vítimas do suposto massacre realizado por forças de segurança no presídio de Abu Slim, em Trípoli, em 1996. Mais de mil prisioneiros foram mortos na ação de forças de segurança, em circunstâncias que ainda não foram esclarecidas. O presídio abriga opositores do governo e militantes islâmicos. Na terça-feira, uma multidão que conta com parentes na prisão marchou até a sede do governo local para exigir a libertação de Terbil, segundo o jornal líbio Quryna. De acordo com o jornal, uma autoridade local teria concordado em libertá-lo, mas os manifestantes seguiram de toda maneira para a praça Shajara, a principal da cidade, onde enfrentaram a polícia e correligionários do governo. Os manifestantes depois foram dispersados e a praça foi tomada por ativistas governistas que ocuparam o local até quarta-feira de manhã. Não há relatos independentes sobre o número de participantes nos protestos em Benghazi, mas testemunhas contam que e a manifestação chegou a reunir 2 mil pessoas. Os manifestantes teriam jogado pedras contra a polícia que teria reagido com canhões de água, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. A TV estatal teria mostrado imagens de centenas de pessoas em Benghazi expressando o seu apoio pelo governo, que, até o momento, não fez comentários sobre os incidentes Ao todo, 14 pessoas teriam ficado feridas, entre elas dez policiais. Uma testemunha, que não quis se identificar, disse à BBC que ''algumas pessoas na multidão começaram a gritar slogans antigoverno e os demais passaram a acompanhar''. ''Mas em seguida houve confrontos com apoiadores do governo e pouco após os manifestantes governistas terem se retirado, os serviços de segurança chegaram e dispersaram a multidão com canhões de água quente'', afirmou. Manifestações pró-democracia vêm se espalhando por diversos países árabes e muçulmanos. Eles tiveram início na Tunísia em dezembro passado e provocaram a deposição do então presidente do país, Zine al-Abidine Ben Ali, no final de janeiro. Na semana passada, uma série de manifestações provocou a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak. Nos últimos dias, também ocorreram protestos no Barein, que já deixaram três pessoas mortas, e manifestações no Irã, Argélia, Iêmen e Jordânia. Assim como ocorreu em outros países árabes, ativistas líbios vêm convocando pela internet outros correligionários para realizar uma série de protestos pelo país, nesta quinta-feira. A cidade portuária de Benghazi é a segunda maior da Líbia e é atípica em relação ao restante da Líbia por ter um histórico de antagonismo com o regime de Khadafi. Muitos moradores locais não apoiaram o presidente do país, quando ele chegou ao poder por meio de um golpe militar, em 1969. Não há relatos independentes sobre o número de participantes nos protestos em Benghazi, mas testemunhas contam que uma manifestação chegou a reunir 2 mil pessoas. Os ativistas teriam jogado pedras contra a polícia que teria reagido com canhões de água, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. A TV estatal teria mostrado imagens de centenas de pessoas em Benghazi expressando o seu apoio pelo governo, que, até o momento, não fez comentários sobre os incidentes Ao todo, 14 pessoas teriam ficado feridas, entre elas dez policiais. Uma testemunha, que não quis se identificar, disse à BBC que ''algumas pessoas na multidão começaram a gritar slogans antigovernamentais e os demais passaram a acompanhar''. ''Mas em seguida houve confrontos com apoiadores do governo e pouco após os manifestantes governistas terem se retirado, os serviços de segurança chegaram e dispersaram a multidão com canhões de água quente'', afirmou. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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