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Manifesto contra polícia do RJ é 'míope', diz Beltrame

Por Felipe Werneck
Atualização:

O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, chamou de "míope e deslocado da realidade" o relatório que acusa a polícia do Rio de adotar uma "política de extermínio", entregue ao relator da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre execuções arbitrárias, sumárias ou extrajudiciais, Philip Alston. Ele visita o Rio para analisar denúncias de crimes praticados pela polícia do Estado. Além do manifesto assinado por cerca de 100 pessoas - desembargadores, juízes e entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - Alston receberá outro relatório preparado por organizações não-governamentais (ONGs) que também criticam ação da polícia em favelas. Beltrame disse que receberá o relator e defendeu a ação da polícia. "Nós estamos muito bem preparados para receber a ONU ou qualquer instituição, seja nacional ou internacional. Temos certeza de nossos argumentos e da justificativa de nossas ações, do que fazemos e do que vamos fazer. Estamos trabalhando com transparência e sociedade", disse. Comemoração Beltrame também comentou a comemoração de policiais militares, denunciados sob acusação de envolvimento com tráfico, e liberados ontem pela Justiça. Na saída do batalhão prisional, os policiais comemoraram com fogos de artifício a decisão da Justiça. "Eles estão à disposição da corporação, mas ficam sem função e permanecerão sem função", declarou. O comandante da Polícia Militar, Coronel Ubiratã Ângelo, disse entender a comemoração. "Traficantes comemoram com fogos, o cidadão comemora o ano-novo com fogos, as torcidas organizadas também e eu já comemorei com fogos. Eles (os policiais) comemoraram o momento de liberdade. Não vejo problema algum. Não é uma decisão final e eu não vou dizer se eles deveriam fazer ou não isso. Mas desconsidero qualquer ilação ou provocação", disse.

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