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Mantenedora, e não d. Odilo, pediu a d. Paulo nota de apoio

Por José Maria Mayrink
Atualização:

Foi a direção da PUC-SP, ou seja, a mantenedora Fundação São Paulo, que pediu ao cardeal d. Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito ou aposentado desde 1998, uma nota de apoio à decisão do cardeal d. Odilo Pedro Scherer, grão-chanceler da PUC, de nomear Anna Cintra reitora da instituição. É uma manifestação importante da parte de quem aprovou o critério da lista tríplice para a escolha do reitor na instituição, neste momento em que se argumenta que d. Odilo não respeitou a democracia.D. Paulo Evaristo, de 91 anos, reagiu a essa alegação, ao declarar textualmente que "a democracia foi respeitada, pois o cardeal Odilo Pedro escolheu um dos três professores da lista tríplice". Embora morando fora da Arquidiocese de São Paulo, numa residência de freiras franciscanas em Taboão da Serra, d. Paulo acompanha com atenção - e "com espanto" - os acontecimentos da "tão respeitada" PUC-SP."O fato de d. Paulo ter escolhido o primeiro da lista, quando era o grão-chanceler da universidade, não significa que seu sucessor, em outras circunstâncias, tenha de fazer o mesmo", observa o bispo emérito de Blumenau (SC), d. Angélico Sândalo Bernardino, que foi bispo auxiliar de d. Paulo. Para ele, está fora de questão a hipótese de irregularidade na nomeação da reitora Anna Cintra. "Ou se muda o estatuto que permite ao grão-chanceler escolher qualquer dos nomes da lista ou se respeita a sua decisão", disse d. Angélico.Em sua opinião, os grevistas que protestam contra a nomeação da reitora estão equivocados. "Seria fraqueza de d. Odilo voltar atrás", observou. D. Angélico acredita que deva ter pesado na tomada de posição de d. Paulo a encenação do diretor de teatro José Celso Martinez Correa, terça-feira, no prédio da PUC, em apoio aos grevistas. "Houve ofensa à Igreja", afirmou d. Angélico que, no dia seguinte, enviou mensagem de solidariedade a d.Odilo.Segundo a secretária de d. Paulo, o cardeal-arcebispo não o procurou em busca de apoio. D. Odilo se encontrava em Roma, de onde chegou há três dias e, em seguida, participou de uma reunião de bispos no litoral paulista. Voltou à capital para dar posse à reitora.O protesto de alunos, professores e funcionários da PUC incomoda d. Odilo, mas ele não deverá alterar a decisão tomada. Por mais que isso ameace um entendimento na comunidade universitária. Para evitar o aumento da tensão, estuda-se a transferência da reitoria do câmpus Perdizes para outro endereço.

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