Marcha da Maconha vira ato pela liberdade de expressão

No próximo sábado, 10, manifestantes protestarão pelo direito de discutir a legalização da erva

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Por Carolina Freitas
Atualização:

Proibida pela Justiça em nove Estados, a Marcha da Maconha, que acontece há seis anos no País, vai dar lugar a um ato pela liberdade de expressão no próximo sábado, 10, nos horários e locais onde aconteceria a manifestação pela legalização da erva aconteceria neste domingo, 4.   Veja também:  Grupo comemora proibição da Marcha da Maconha no RJ  Justiça veta Marcha da Maconha em todo o país   Para o sociólogo Renato Cinco, um dos organizadores do movimento nacional, o veto da Justiça, baseado na acusação de apologia às drogas, fere o princípio da liberdade de expressão. "Não estimulamos o uso ou dizemos que a maconha é boa, mas sim defendemos uma mudança na lei brasileira", afirma.   Cinco argumenta que a liberação e regulamentação da produção e venda da droga diminuiriam os problemas causados pelo tráfico. "A proibição da maconha produz mais danos do que a própria droga, pois traz violência e corrupção", afirma. "Se houvesse uma regulamentação, o Estado retomaria o controle da situação."   A marcha foi vetada em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Cuiabá, João Pessoa e Salvador. Os organizadores do evento estarão nos locais de protesto para orientar os manifestantes. "Pedimos que as pessoas não compareçam", diz Cinco. "Mostraremos na semana que vem, com o ato, nossa reação à proibição." Em Porto Alegre, Florianópolis, Vitória e Recife a marcha está mantida para hoje.   O protesto, que proíbe a participação de menores de 18 anos e o consumo de maconha durante as passeatas, acontece há nove anos em Nova York. A primeira manifestação brasileira foi em 2002, no Rio. Em São Paulo, duas tentativas, em 2004 e 2006, foram reprimidas pela polícia, apesar de, nessas ocasiões, não haver decisão judicial contra a marcha.   Serviço - A Marcha da Maconha acontece desde as 14 horas deste domingo no Parque da Redenção, em Porto Alegre; no Trapiche da Avenida Beira Mar Norte, em Florianópolis; no Portão Central da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória; e na Rua do Apolo, no bairro Recife Antigo, no Recife.   No próximo sábado (10), os atos pela liberdade de expressão acontecem no Parque do Ibirapuera, em São Paulo; na Praia do Arpoador, no Rio; na Catedral, em Brasília; na Praça da Estação, em Belo Horizonte; no Largo da Ordem, em Curitiba; e na Ponte Metálica, em Fortaleza. Não há informações sobre o endereço dos atos em Cuiabá, João Pessoa e Salvador.

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