
05 Setembro 2014 | 10h34
Questionada durante entrevista à rádio CBN sobre acusações de que a atual baixa oferta de energia hídrica deve-se em parte à sua atuação como ministra do Meio Ambiente durante governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando teria privilegiado as chamadas usinas de fio d’água em detrimento das hidrelétricas a partir de grandes reservatórios, Marina lembrou que estava à frente da pasta quando foram concedidas as licenças prévias para as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio.
“O setor elétrico é responsabilidade dela (Dilma) há 12 anos, como ministra (de Minas e Energia), como chefe da Casa Civil, como presidente da República. Ela esteve nos espaços de poder mais importantes para a agenda de energia. Como podem dizer que a responsável pelos problemas que tem no setor elétrico é uma pessoa que saiu do governo desde 2008?”, argumentou a candidata em entrevista nesta manhã. Marina foi ministra do Meio Ambiente de 2003 a 2008.
"O problema é que nós temos uma situação em que a falta de visão estratégica está nos levando a poucas fontes de geração, e quando não tem as chuvas, que não é culpa de ninguém, aí a gente fica na dependência apenas das termelétricas tradicionais", acrescentou.
A presidenciável aproveitou a entrevista para criticar o que considera ser uma “frente” contra sua candidatura formada por seus dois principais adversários na corrida presidencial: Dilma, que tenta a reeleição pelo PT, e Aécio Neves, candidato do PSDB.
“O que está acontecendo é que há uma situação quase que de desespero por parte dos meus adversários”, disse Marina. “Querem manter tudo no controle entre a polarização PT-PSDB, porque eles se sentem muito confortáveis. É interessante que agora o governador Aécio, a presidente Dilma, eles dois fazem uma frente contra mim”, afirmou.
Aécio utilizou seu programa eleitoral na quinta-feira para reprisar o discurso sobre o que chama de contradições de Marina, afirmando que a ex-senadora muda de posições “ao sabor das circunstâncias”, citando, inclusive, sua passagem pelo PT e eventual "omissão" em relação ao escândalo do mensalão.
Dilma também tem utilizado o espaço obrigatório na TV aberta para criticar a adversária. Seu programa insinuou semelhanças entre Marina e os ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello —que não concluíram seus mandatos— para questionar a governabilidade da ambientalista caso seja eleita.
(Por Maria Carolina Marcello)
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