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Marinha vê mancha de petróleo de 1 km

Procuradoria da República em Campos pedirá à Justiça que impeça executivos estrangeiros da petroleira americana Chevron de deixarem o País

Por Alfredo Junqueira e RIO
Atualização:

A Marinha informou, em nota, ter identificado uma mancha de cerca de 1 quilômetro de extensão na região próxima ao novo vazamento ligado à petroleira americana Chevron, na Bacia de Campos. Em consequência desse novo desastre ambiental, a Procuradoria da República em Campos deve pedir à A Justiça Federal no Rio que os executivos e funcionários estrangeiros da empresa responsabilizados pelos vazamentos sejam impedidos de sair do Brasil.A nova mancha de óleo foi avistada anteontem por um inspetor naval da Capitania dos Portos, durante um sobrevoo na área. Desde novembro de 2011, quando ocorreu o primeiro vazamento no Campo do Frade, o Grupo de Acompanhamento e Avaliação formado por Marinha, Ibama e Agência Nacional do Petróleo (ANP) segue verificando as ações de resposta da Chevron ao acidente. Autoridades prometem fiscalizar os procedimentos adotados pela empresa para a dispersão dessa mancha. Após novos sobrevoos, o caso será discutido em reunião nesta semana. Inquérito. Pelo menos 17 pessoas e as empresas Chevron e Transocean, que operava a plataforma de onde originaram os vazamentos, serão denunciadas por delitos previstos na Lei de Crimes Ambientais. Entre os estrangeiros que podem ser proibidos de deixar o País está o presidente da petroleira, George Buck. A medida também deve atingir executivos também da França e da Austrália. A preocupação do Ministério Público Federal (MPF) é de que, com a solicitação da interrupção das atividades de exploração da Chevron no Brasil, essas pessoas voltem a seus países de origem para não responderem a processo criminal. A denúncia da Procuradoria foi elaborada com base no inquérito da Polícia Federal sobre o vazamento de novembro. O novo incidente, detectado no início do mês e anunciado pela Chevron na quinta-feira, pode resultar no indiciamento e responsabilização de outros funcionários da petroleira. "Esse novo vazamento e o pedido para suspender as atividades no Brasil demonstram o grau de envolvimento e negligência da empresa. A alegação de que querem fazer novos estudos geológicos no local é brincadeira", disse o procurador Eduardo Santos de Oliveira, autor da denúncia. Para ele, esse pedido equivale à renúncia de mandato de um político envolvido em denúncias de corrupção. Oliveira disse que também cobrará explicações da ANP, caso o pedido seja aprovado. Procurada, a Chevron afirmou não ter sido notificada da decisão do MPF. / COLABOROU MARIANA DURÃO

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