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Marzagão diz que punirá abusos na greve da Polícia Civil

Secretário diz que adesões de comissionados não serão toleradas e que governo quer negociar

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Por Marcelo Godoy
Atualização:

O secretário da Segurança Pública, Ronaldo Bretas Marzagão, advertiu os delegados que ocupam cargos de confiança sobre possíveis adesões à greve da Polícia Civil. "Quem ocupa cargo de confiança, como seccionais, deve merecer a confiança. O que nós não vamos permitir de jeito nenhum é que haja prejuízo à população", afirmou em coletiva na quinta-feira, 25. Veja também:Juiz ordena prisão de delegado que se recusou a escoltar preso até o júri  Ao reconhecer o direito de greve dos policiais, a Justiça determinou que 80% deles continuem no trabalho e que nenhum serviço seja totalmente paralisado. Marzagão afirmou que o governo não vai tolerar desrespeito a essa decisão. "Quem 'sair fora' disso responderá em todos os níveis. Não se pode confundir exercício de direito com abuso de direito. Os abusos serão punidos." Nesta semana, o delegado seccional de Barretos, João Osinski Júnior, foi afastado do cargo, o que causou reação na cidade. Os 16 delegados do município realizaram quarta-feira uma passeata em protesto. Na quinta, três delegados foram afastados de seus cargos em Franca; dois deles porque decidiram abrir inquérito para investigar crimes de usurpação de função, constrangimento ilegal, falsidade ideológica e frustração de direito trabalhista supostamente cometidos por policiais militares que passaram a registrar boletins de ocorrência, pedir perícias e apreender objetos. Marzagão disse que a PM não vai substituir as atividades de competência da Polícia Civil, mas complementá-las. "Foi minha a determinação para que a PM fizesse boletins de ocorrência de casos que forem negados pelas delegacias." Essa decisão reacendeu a velha rivalidade entre as duas instituições. Delegados decidiram questionar na Justiça a ordem. O secretário criticou os grevistas que se recusarem a fazer BOs de casos de menor importância. "Não é possível escolher o que se quer atender. O furto de um documento de uma senhora é importante. Tempos atrás furtaram o documento da minha tia, uma senhora de 80 anos, e o boletim de ocorrência foi fundamental para ela receber o salário." Segundo o secretário, o governo está disposto a negociar, desde que a greve acabe. Ele culpou os sindicalistas pela radicalização que levou à greve e disse que o movimento tem objetivos políticos em um ano eleitoral. Marzagão disse que desejava tranqüilizar a população, pois "não há razão para se sentir inseguro". Ele afirmou que a polícia está funcionando e disse que a PM fez apenas 902 BOs no Estado. Na Praia Grande, o governador José Serra fez o mesmo discurso: "Esse movimento da Polícia Civil não está afetando a segurança da população porque estamos trabalhando nesse sentido." Segundo ele, a adesão registrada pela greve se deve mais ao fato de as lideranças grevistas não terem informado a base sobre o alcance da proposta feita pelo governo. O governo propôs reajuste de 38% no piso salarial dos delegados, aumento de 4,5% no salário-base e a promoção de cerca de mil deles como parte da reestruturação da carreira. Os grevistas querem 15% de reajuste neste ano, 12% em 2009 e 12% em 2010. var keywords = "";

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