Mauritânia prende o chefe de inteligência de Kadafi

Acusado de crimes contra a humanidade, Senussi entrou no país com passaporte falso; Trípoli vai reivindicar extradição

PUBLICIDADE

Por Reuters
Atualização:

NUAKCHOTT - Autoridades da Mauritânia prenderam o chefe de inteligência de Muammar Kadafi e seu braço direito, Abdullah al-Senussi, enquanto ele entrava no país com um passaporte falso, disse a agência de notícias da Mauritânia neste sábado.

 

PUBLICIDADE

Senussi, que por décadas antes da queda do ditador inspirou medo e ódio em civis líbios, é procurado pela Corte Penal Internacional de Haia sob a acusação de crimes contra a humanidade. Mas a Mauritânia não é signatária do tratado que governa a Corte Penal Internacional.

 

A agência de notícias oficial da Mauritânia, AMI, disse que Senussi foi preso nas últimas horas de sexta-feira enquanto chegava ao aeroporto na capital do país do Oeste da África, Nouakchott, num voo regular que partiu de Casablanca, no Marrocos.

 

O governo de Trípoli vai reivindicar à Mauritânia a extradição de Senussi para ser julgado na Líbia, afirmou neste sábado o ministro de Justiça líbio, Khalifa Achour. "Este indivíduo cometeu crimes e massacres antes e durante a revolução. Pedimos a todos, especialmente aos nossos irmãos mauritanos que nos entreguem este criminoso para que responda por seus atos diante da justiça líbia", declarou Achour à "Al Jazeera".

 

Senussi é acusado de ter tido um papel importante no assassinato de mais de 1,2 mil presos na prisão de Abu Salim, em Trípoli, em 1996. Foi a prisão de um advogado dos parentes das vítimas que provocou a revolta líbia na Primavera Árabe em fevereiro no ano passado.

 

Em 1999, ele foi condenado à revelia pela justiça francesa pelo atentado contra o avião da companhia UTA no qual morreram 170 pessoas em 1989 em um voo entre Brazzaville, capital da República do Congo, e Paris.

 

A Corte Penal Internacional acusou Senussi e o filho de Kadafi, Saif al-Islam, de serem "co-perpetradores indiretos" de assassinato e perseguição.

Publicidade

Em 27 junho, momento em que a revolução líbia estava em pleno apogeu, o Tribunal Penal Internacional emitiu ordem de detenção contra ele por crimes contra a humanidade. (Com Efe)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.