PUBLICIDADE

Médicos do RJ vão acionar MP por descaso com hospital

Por PEDRO DANTAS E ALEXANDRE RODRIGUES
Atualização:

Apontado como "o mais moderno do Estado" no dia da sua inauguração, poucos dias antes das eleições municipais, o Hospital Municipal Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, teve todos os 50 monitores dos computadores roubados. Já o equipamento de ressonância magnética, estimado em R$ 2,5 milhões, espera ao relento a conclusão da obra da sala onde será instalado. Hoje, o Sindicato dos Médicos anunciou que entrará com uma ação por improbidade administrativa no Ministério Público Estadual (MPE) contra o prefeito da cidade, Washington Reis (PMDB). "É um escândalo que teve conotação eleitoral, pois os governos federal, estadual e municipal inauguraram o hospital às vésperas da eleição sem a obra concluída. A improbidade administrativa está caracterizada pela incapacidade do controle de 50 monitores que podem ter saído pela porta da frente e pela exposição de um equipamento caro à ação do tempo. Isso pode prejudicar o funcionamento da aparelhagem", disse o presidente do sindicato, Jorge Darze. Segundo ele, o atendimento na unidade é precário e as equipes médicas estão desfalcadas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o governador do Estado, Sérgio Cabral Filho (PMDB), participaram da festa de inauguração do hospital, que custou R$ 72 milhões aos cofres públicos. A assessoria de Comunicação da prefeitura de Duque de Caxias confirmou o roubo dos monitores, ocorrido há mais de um mês, e informou que as anotações dos registros médicos são feitas desde então manualmente por médicos e atendentes. A compra dos novos monitores será feita após a conclusão do inquérito policial sobre o crime. Já a conclusão da obra da sala de ressonância magnética ainda não tem previsão, segundo a assessoria da Prefeitura. A aparelhagem, que está no estacionamento, protegida apenas por plásticos, seria a primeira de ressonância em um hospital municipal no Rio de Janeiro. O prefeito eleito do município, José Camilo Zito (PSDB) disse hoje que não tem planos para o hospital. "É um hospital caro para a cidade, cerca de R$ 4,5 milhões ou R$ 5 milhões por mês e a maioria dos que vão ser atendidos ali não serão de Duque de Caxias."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.