Mesmo com queda de casos, dengue deixa RJ em alerta

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Por Alexandre Rodrigues
Atualização:

Os números da dengue no Rio nas duas primeiras semanas de 2009 contrastam com os do início do ano passado. A capital fluminense, que sofreu em 2008 com uma das maiores epidemias dos últimos anos, registrou apenas 42 casos de dengue na primeira quinzena de janeiro. No mesmo período do ano passado, já contava mais de 4 mil doentes. Em todo o mês de janeiro de 2008, foram quase 12 mil registros. Mesmo assim, a cidade continua em alerta. Os números não surpreendem as autoridades de saúde e especialistas, já que é pouco provável a repetição de uma epidemia em dois verões consecutivos sem a introdução de um novo tipo de vírus, mas o número de notificações é ainda menor do que o esperado. Como boa parte da população teve contato com os tipos 2 e 3 do vírus (estima-se que apenas 1/3 das pessoas desenvolve os sintomas) em 2008, criou-se uma espécie de imunidade. A preocupação continua alta por causa do perigo de reintrodução do tipo 1 ou da chegada do tipo 4. Isso porque o vetor da doença, o mosquito Aedes aegypti, continua presente. Embora os índices de infestação na cidade tenham caído em relação ao ano passado, a média ainda recomenda "alerta": estima entre 1% e 4% dos domicílios com focos. Para o secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, a explicação para menos doentes pode estar na série de frentes frias de novembro e dezembro de 2008, que somaram apenas 754 notificações. "Este janeiro está sendo diferente, mas isso não significa nenhuma tranquilidade. Embora tenha chovido muito, a chuva constante não deixou a água parada. Só agora está esquentando, com sol por vários dias. A alta temperatura acelera a eclosão de larvas e isso preocupa", disse o secretário, que mantém prevenção. "Não gosto do discurso de comemoração. Há o perigo de novos vírus e é preciso cuidado para não desmobilizar."

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