PUBLICIDADE

Mesmo sem ouro, Brasil faz sucesso nas arquibancadas da natação

Com bandeiras e alegria, brasileiros atraem simpatia de britânicos e estrangeiros.

Por Albert Steinberger
Atualização:

O pequeno símbolo na parte de baixo do meu ingresso já sinalizara: medalhas em disputa, emoções à vista. O tão esperado ouro na natação acabou não vindo. Veio uma medalha de bronze. A prova de 50 metros nado livre é tão rápida que, ao contrário do que acontece em um estádio de futebol, o resultado no parque aquático não vem do que testemunhamos com nossos próprios olhos. É preciso conferir no placar eletrônico e, aí sim, ver o resultado. A diferença do tempo de César Cielo para o francês Florent Manaudou foi de 25 décimos de segundo. Praticamente impossível de notar a olho nu, não importa quão bem localizado você esteja. O resultado foi um balde de água fria para os brasileiros que compareceram ao parque aquático. As arquibancadas com capacidade para 17,5 mil pessoas estavam lotadas - com bandeiras vermelhas, azuis e brancas da Grã-Bretanha -, mas era possível ver algumas ilhas verde-amarelas. Brasileiros que, orgulhosos, ostentavam as nossas cores para apoiar César Cielo e Bruno Fratus. Além de funcionar como item obrigatório para a torcida, a bandeira brasileira é uma grande forma de fazer novos amigos em Londres 2012. Eu decidi tentar e amarrei uma nas costas logo quando cheguei ao parque olímpico. Em menos de um minuto veio a primeira reação, um irlandês gritava "Go Brasil!" (na tradução, Vai Brasil!). Carisma brasileiro Circulei nas redondezas do estádio olímpico carregando as nossas cores por cerca de 30 minutos. É incrível sentir que ser brasileiro abre portas por aqui. Pediram para tirar fotos comigo duas vezes, puxaram conversa ou gritaram incentivos pelo menos em meia dúzia de ocasiões e chegaram a me ofereceram presentes, como uma bandeira britânica e, até mesmo, um ingresso para subir na torre que fica dentro do parque olímpico. Na entrada da arena da natação se concentravam mais meia dúzia de brasileiros devidamente paramentados e, em busca de ingressos. Um deles, com a boa lábia tupiniquim, conseguiu um bilhete de um sul-africano depois de cantar Shosholoza, um canção que funciona como uma espécie de hino da nova África do Sul, pós-apartheid. Entre os brasileiros era unanimidade: carregar uma camisa do Brasil ou a nossa bandeira facilita as coisas, pelo menos para os torcedores. Se o Brasil está em baixa no quadro de medalhas em Londres 2012, estamos bem na simpatia por aqui. Resta saber como vai ser no Rio 2016, quando formos a ampla maioria nas arquibancadas. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.