
12 de novembro de 2014 | 19h50
DACAR (Thomson Reuters Foundation) - Nove das 20 maiores economias do mundo não conseguiram fornecer apoio adequado à luta global contra o surto de Ebola, que já matou mais de 5.000 pessoas na África Ocidental, afirmou a organização social Oxfam nesta quarta-feira.
Apesar dos apelos urgentes para a assistência, Argentina, Indonésia, Arábia Saudita e Turquia não fizeram contribuição alguma, enquanto que Brasil, Índia, México, Rússia e França deveriam estar fazendo mais, afirmou em comunicado.
Do G20, Estados Unidos, Grã-Bretanha e União Europeia têm assumido maior responsabilidade e precisam convencer outros países a fazer mais durante a cúpula do grupo em Brisbane, na Austrália, no fim de semana.
"Esconder-se atrás da generosidade dos outros é inaceitável se quisermos enfrentar a emergência imediata e garantir a recuperação da região a longo prazo", disse a diretora-executiva da Oxfam, Winnie Byanyima.
No entanto, o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, que será o anfitrião da cúpula, sugeriu que o Ebola não deveria estar na agenda do G20, porque a crise não é de natureza econômica, disse a Oxfam.
O número de mortos pelo surto de Ebola nos três países mais atingidos na África Ocidental --Guiné, Libéria e Serra Leoa-- chegou a 5.147, de 14.068 casos registrados, até 9 de novembro, afirmou a Organização Mundial da Saúde nesta quarta-feira.
O Banco Mundial alertou que se o Ebola se espalhar para os países vizinhos, o custo econômico poderia chegar a entre 27 bilhões e 32 bilhões de dólares até o fim do ano que vem, disse o comunicado.
A Oxfam acrescentou que o G20 precisa cumprir a sua ambição de proteger a economia global e agir rapidamente para impedir que as nações já empobrecidas revertam os ganhos econômicos dos últimos anos e aprofundem a sua dependência da ajuda internacional.
Há apenas 12 laboratórios operacionais nos três países mais afetados, porém 28 são necessários. Apenas 140 equipes de sepultamento estão atuando, enquanto que o número ideal seria 528. Dos 4.707 leitos planejados em centros de tratamento do Ebola, apenas 22 por cento estão em funcionamento devido à falta de equipes médicas estrangeiras, de acordo com a declaração da Oxfam.
A entidade exortou todos os países do G20 a assumir a responsabilidade pela gestão de pelo menos um centro de tratamento cada um, que requer uma equipe médica de entre 25 e 35 pessoas.
(Reportagem de Misha Hussain)
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