Metrô de SP libera bikes nas escadas rolantes

Medida vale para a subida e foi tomada depois de mobilização de ciclistas

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SÃO PAULO - Uma mudança aparentemente simples - mas que exigiu a mobilização de quatro entidades, a produção e divulgação de um vídeo na internet e a publicação de uma carta aberta ao presidente do Metrô - vai começar a vigorar na rede metroferroviária a partir do próximo sábado, dia 4: passageiros que embarcam com bicicletas poderão subir as escadas rolantes.

 

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Quem não usa a bicicleta pode não ver a importância da medida, mas quem tem de subir os (vários) lances de escadas comuns das estações para chegar à rua sabe o que significa ter de carregar os 20 quilos que uma bicicleta pesa, em média - peso equivale a um botijão de gás cheio.

 

O transtorno se tornou público há uma semana, quando uma campanha reivindicando mudanças na política do Metrô sobre bicicletas teve início nas redes sociais. Um vídeo mostrando um ciclista no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) subindo e descendo as escadas carregando a bicicleta nas mãos passou a ser difundido na rede.

 

Pelas regras do Metrô e da CPTM, em vigor desde 2007, a entrada das bikes só era permitida caso o ciclista a carregasse ao seu lado e usasse as escadas comuns para subir e descer até as plataformas.

 

Durante a semana, as bicicletas só são permitidas depois das 20h30 - a média é de 53 passageiros por dia. Aos sábados, após as 14 horas. Já aos domingos, a entrada é liberada o dia todo - e o número de usuários costuma se multiplicar por dez: a média é de 573 usuários, segundo informações do Metrô.

 

Vídeo. Com cara de propaganda publicitária, as cenas do vídeo são intercaladas com frases como a comparação do peso da bicicleta com um bolo para 200 pessoas, uma criança de 5 anos ou três pneus de carro. Há ainda a pergunta: "Você acha que todo mundo que pedala - mulher, homem, idoso, jovem, criança - tem esse equilíbrio na escada e força nos braços?".

 

A produção do vídeo envolveu 15 pessoas, dos grupos Bike Anjo, Coletivas, Coletivo Cru e Vá de Bike, e foi feita no fim de janeiro.

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Segundo o advogado Raphael Monteiro de Oliveira, de 31 anos, do Bike Anjo, a campanha começou depois da publicação de uma entrevista com o presidente do Metrô, Sérgio Avelleda, em que ele também se dizia usuário de bicicletas.

Antes, os ativistas já haviam tentado mudar a regra. "O primeiro contato de que temos notícia foi feito por meio da Ouvidoria do Metrô, que respondeu de forma lacônica", conta.

 

Para o alto. Segundo o Metrô, depois de saber da solicitação, técnicos da companhia estudaram o assunto e concluíram que a liberação só poderia acontecer para subir as escadas rolantes - havia chance de os usuários não aguentarem o peso delas nas escadas que estão descendo.

 

A mudança vale para o Metrô, incluindo a Linha 4-Amarela e para os trens da CPTM.

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