Michel Suleiman é eleito o novo presidente do Líbano

Eleição foi decidida durante sessão no Parlamento, em Beirute.

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Por Da BBC Brasil
Atualização:

Durante uma sessão neste domingo, o Parlamento do Líbano elegeu o comandante do Exército, Michel Suleiman como novo presidente do país. O Líbano estava sem presidente desde novembro. O governo já havia tentado eleger um novo presidente dezenove vezes antes do sucesso da votação deste domingo. A eleição do Suleiman havia sido estabelecida em um acordo entre o governo e a oposição, liderada pelo Hezbollah, firmado na quarta-feira, em Doha, no Catar. O acordo encerrou 18 meses de uma crise política que quase levou o país a uma guerra civil. Além do ministro das Relações Exteriroes do Catar, Hamad bin Jassim bin Jabr Al-Thani, que chefiou a delegação árabe nas negociações para o acordo, representantes da Arábia Saudita, Síria e Irã participaram da sessão na capital, Beirute. As ruas da capital foram decoradas com bandeiras e pôsteres de Suleiman, e a população se prepara para dar as boas-vindas ao novo presidente. Segundo o correspondente da BBC na cidade, Jim Muir, o acordo transformou o clima de tensão que estava presente nas ruas do Líbano em um ambiente mais relaxado. Conflito A recente crise no Líbano começou quando o governo aprovou duas medidas que previam uma investigação da rede de telecomunicações do Hezbollah e a exoneração do chefe de segurança do aeroporto de Beirute porque ele seria simpatizante do grupo xiita. As medidas provocaram a ira do Hezbollah, que respondeu com protestos por Beirute e outros pontos do país e que logo enveredaram para a violência, em batalhas entre milícias pró e anti-governo, em que o grupo xiita (e seus aliados) derrotou as forças governistas, ocupando todo oeste de Beirute. Combates pesados entre as duas facções na capital Beirute, em Trípoli, no norte, nas montanhas e em outras cidades do leste do país levaram vários estrangeiros e libaneses a deixarem o país. Beirute oeste chegou a ser ocupada pelo Hezbollah e aliados por dois dias, se retirando depois a pedido do Exército. A onda de violência, que durou seis dias, deixou ao menos 65 mortos e 200 feridos, na pior crise interna do Líbano desde o fim da última guerra civil, em 1990. O Exército libanês foi obrigado a posicionar tropas e blindados em diversas regiões do Líbano para tentar garantir a segurança da população civil. O governo do Líbano acabou voltando atrás na quarta-feira, revogando oficialmente as duas medidas contrárias ao Hezbollah como forma de abrir o caminho para negociações e acalmar a crise. Os recentes conflitos nas ruas foram a pior crise no Líbano desde o final de sua sangrenta guerra civil (1975-1990). BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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