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Microsoft entra aos tropeços em ano financeiro crucial

Por BILL RIGBY
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Uma primeira semana ruim para o novo ano fiscal da Microsoft, provavelmente o mais importante para a empresa até hoje, pouco fez para inspirar confiança de que ela conseguirá movimentar para cima o preço estagnado de suas ações. A maior produtora mundial de software, cujas ações continuam empacadas em torno da marca dos 30 dólares, preparou uma ofensiva em múltiplas frentes para tentar avançar no segmento de computação móvel neste ano, reduzindo a vantagem da Apple e do Google. Mas na segunda-feira, a empresa anunciou uma baixa contábil de 6,2 bilhões de dólares relacionados à aquisição de uma companhia de Internet adquirida em 2007 -um lembrete do histórico nada animador da Microsoft quando se arrisca fora do Windows e Office, sua zona de conforto. Alguns dias mais tarde, a revista "Vanity Fair" atribuiu à liderança "espantosamente insensata" de Steve Ballmer a culpa por uma "década perdida", em um dos artigos mais negativos já escritos sobre o presidente-executivo da companhia. Não era essa a agenda que a Microsoft tinha em mente ao se preparar para anunciar os resultados de seu quarto trimestre financeiro, em 19 de julho. A baixa contábil com a aquisição resultará no primeiro prejuízo - contábil - da companhia desde que abriu seu capital, em 1986. "O registro dessa pesada perda é um lembrete sério de que as políticas de alocação de capital da Microsoft no passado não foram ideais em diversas ocasiões", disse Todd Lowenstein, administrador de fundos na Highmark Capital. A Microsoft está fazendo diversas grandes apostas nos próximos 12 meses: o novo sistema operacional Windows 8; seus primeiros tablets; uma nova versão do Office; e uma reformulação em seu software de telefonia. Wall Street ainda acredita que a empresa tenha chance de reconquistar as glórias passadas, e investidores, entre os quais Lowenstein, mencionam lançamentos interessantes em 2013. Mas será necessária uma motivação mais clara para que paguem mais de 30 dólares por uma ação que não vem sendo negociada muito acima desse valor desde 2000. E a Microsoft começou com o pé esquerdo ao anunciar que contabilizaria a perda contábil de 6,2 bilhões em ativos intangíveis, relacionada primordialmente à sua aquisição do serviço de publicidade digital aQuantive, em 2007.

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