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Milhares de jordanianos fazem protesto por democracia

Por SULEIMAN AL-KHALIDI
Atualização:

Cerca de 5.000 manifestantes jordanianos saíram às ruas na sexta-feira para reivindicar liberalização política, maior representação parlamentar e modificações constitucionais que limitem os poderes da monarquia. "Reforma e transformações, é essa a reivindicação do povo", gritaram manifestantes irados em uma multidão principalmente islâmica e de esquerda à qual se juntaram algumas figuras tribais e liberais, partindo em passeata da mesquita principal, Husseini, no centro da cidade, até uma praça vizinha. Liderada pelos islâmicos de centro --o maior partido político do país-- a oposição jordaniana vem fazendo protestos há semanas, pedindo mais ganhos democráticos, enquanto manifestações antigoverno se espalham por todo o mundo árabe. Eles exigem mais participação democrática, começando com uma lei eleitoral moderna que estenda a representação no Parlamento aos moradores da capital e das cidades importantes de Zarqa e Irbid, onde vivem a maior parte dos 7 milhões de habitantes do país. As cidades, que são redutos islâmicos e são fortemente povoadas por jordanianos de origem palestina, estão sub-representadas na Assembleia de 120 cadeiras, que é enviesada em favor das áreas rurais e beduínas de população escassa, formada principalmente por jordanianos nativos, conhecidos como transjordanianos, que formam a base de apoio do governo. "Dizemos a nosso governo que a reforma tornou-se uma necessidade que não pode mais esperar", disse o xeque Hamza Mansour, líder da Frente de Ação Islâmica, o maior grupo oposicionista do país, à multidão em um comício no final da passeata. "Essa reivindicação não é apenas do movimento islâmico ou do partido oposicionista. É a reivindicação de todos os jordanianos", ele acrescentou. O mundo árabe vem explodindo em protestos que visam a derrubada de líderes que estão no poder há anos, mas os protestos na Jordânia pedem a realização de eleições livres e o combate à corrupção.

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