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Milhares denunciam conselheira do HSBC que associou povo de Hong Kong a escravos libertos

Por ANNE MARIE ROANTREE
Atualização:

Milhares de pessoas assinaram uma petição online denunciando os supostos comentários de uma integrante do Conselho do HSBC em que ela teria associado as reivindicações por democracia dos manifestantes de Hong Kong à emancipação dos escravos. Laura Cha, que também é membro do Conselho Executivo de Hong Kong, presidente do Conselho de Desenvolvimento de Serviços Financeiros da cidade e integrante do Congresso da China, fez os comentários em um evento em Paris, de acordo com a imprensa.  “Escravos norte-americanos foram libertados em 1861, mas não conquistaram direito a voto até 107 anos depois, então por que Hong Kong não pode esperar mais um pouco?”, disse Cha, segundo o jornal Standard, referindo-se às demandas por eleições livres na ex-colônia britânica.  Cha disse que a democracia não pode ser alcançada em apenas um passo e alertou que a confiança dos investidores em Hong Kong estava em um ponto crítico, acrescentou o jornal. Cha não pôde ser imediatamente contactada para comentar sobre as declarações. O chefe do HSBC para Ásia e Pacífico, Peter Wong, não quis falar sobre os comentários, ao passo que o Conselho de Desenvolvimento de Serviços Financeiros não respondeu imediatamente a um pedido de posicionamento.  Os comentários desencadearam ultraje nas redes sociais e quase 5.000 pessoas haviam assinado a petição até a sexta-feira à tarde (horário local). “Nós, o povo de Hong Kong, não vamos aceitar estes comentários associando nossos direitos à escravidão, nem aceitaremos o tipo de desqualificação ao eleitor que ela e seus associados tentam perpetrar sobre o povo de Hong Kong”, disse a petição, que busca um pedido de desculpas de Cha.  A petição é dirigida ao Conselho de Administração do HSBC e é assinada por “Povo de Hong Kong”.  A China governa Hong Kong desde 1997 através da fórmula “um país, dois sistemas”, a qual permite uma grande autonomia e liberdades para o território que não são gozadas na China continental. Essa fórmula prevê, ainda, o sufrágio universal como uma meta eventual.  Mas Pequim disse em agosto que selecionaria candidatos que quisessem concorrer para a eleição para chefe executivo da cidade em 2017, a qual, segundo ativistas, anulava a noção de sufrágio universal, levando a grandes manifestações na cidade que duram mais de um mês. (Reportagem adicional de Clare Jim e Clare Baldwin)

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