Milhares protestam em Bangladesh após incêndio fatal em fábrica de roupas

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Milhares de trabalhadores enfurecidos do setor têxtil participaram de manifestações na periferia de Dhaka, nesta segunda-feira, após um incêndio que destruiu uma fábrica de roupas no fim de semana, matando mais de 100 pessoas, no pior incidente do tipo em um indústria na história de Bangladesh. Outro incêndio irrompeu em uma fábrica de roupas de vários andares no subúrbio de Uttara nesta segunda, mas um autoridade dos bombeiros disse que as chamas estavam sob controle e não havia relatos imediatos de vítimas fatais no incêndio. No entanto, oito trabalhadores ficaram intoxicados por causa da fumaça, afirmou o diretor-geral da brigada de incêndio, general Abu Nayeem Mohammad Shahidullah, à Reuters. Trabalhadores da Tazreen Fashions e moradores bloquearam ruas e forçaram o fechamento de outras fábricas no subúrbio industrial de Ashulia, onde o enorme incêndio começou no sábado, exigindo que os responsáveis pelo desastre fossem punidos. A polícia e autoridades disseram que as saídas estreitas do prédio de nove andares prenderam os trabalhadores dentro do edifício, matando 111 pessoas e ferindo mais de 150. "Este incêndio desastroso foi resultado da contínua negligência com a segurança e bem-estar dos trabalhadores", disse o presidente da Federação Nacional de Trabalhadores de Vestuário de Bangladesh, Amirul Haque Amin. "Quando acontece um incêndio ou acidente, o governo realiza uma investigação e as autoridades - incluindo os proprietários das fábricas- pagam em dinheiro ou oferecem garantias para melhorar os padrões de segurança e condições de trabalho. Mas eles nunca o fazem." Condições de trabalho nas fábricas de Bangladesh são notoriamente pobres, com pouca aplicação das leis de segurança, superlotadas e normalmente têm portas corta-fogo trancadas. Pelo menos 500 pessoas morreram em acidentes em fábricas de vestuário em Bangladesh desde 2006, de acordo com autoridades dos bombeiros. (Reportagem de Serajul Quadir e Anis Ahmed)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.