Ministro critica prefeitos que choram perda de IPI

Bernardo diz que governo cumpre compromisso de repassar o[br]Fundo de Participação dos Municípios deste ano e mais um complemento

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Por Evandro Fadel e CURITIBA
Atualização:

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, criticou ontem os prefeitos que "começam a chorar antecipadamente" por causa da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para móveis e renovação do benefício para materiais de construção. "O que acho estranho é que todos acham que a carga tributária no Brasil é alta, que nós deveríamos reduzir impostos, mas ninguém quer reduzir despesas. Temos que fazer um esforço para reduzir também o lado das despesas", aconselhou. "É interessante, pois os prefeitos querem que tenha emprego, querem que a economia ande bem e querem que a gente mantenha os impostos sem fazer esse gerenciamento", destacou. "Acho que o que a gente está fazendo está dando certo."Bernardo acentuou que o governo federal assumiu o compromisso com os municípios de que repassaria o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) deste ano e mais um complemento pelo menos igual ao do ano passado. "E nós estamos cumprindo isso rigorosamente", garantiu. "Portanto, não vejo motivo para reclamar."O ministro, que participou do Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses, em Curitiba, disse que a previsão é de aumento de cerca de 11% no repasse do FPM em 2010. E lembrou que em 2008 foi batido o recorde em repasse, com um crescimento de 26%. "Não vi nenhuma manifestação de prefeito", afirmou. "Temos que ir equilibrando essa situação, pois, com a economia crescendo, os prefeitos vão se dar bem."Segundo Bernardo, a prorrogação da redução de IPI para materiais de construção se justifica pelo "ciclo mais longo" desse setor. "Alguém que vai construir uma casa não constrói em seis meses; é muito difícil até para uma grande construtora. Por isso, é importante manter o incentivo."No caso dos móveis, ele destacou que é um setor que emprega cerca de 250 mil pessoas. "Vários setores cresceram bastante, mas o de móveis praticamente estagnou e até perdeu um pouco", afirmou. "Acho que é um bom incentivo: vai baratear o custo, vai incentivar as vendas neste fim de ano e manter os empregos." Indagado se o governo estuda novas medidas de incentivo para outros setores, o ministro respondeu "não". "Isso é uma coisa que acho que dá para se extinguir, já", afirmou. Em seguida, admitiu que há estudos sobre benefícios para material escolar.Mas, segundo ele, o que o governo mais gostaria era fazer a reforma tributária e a desoneração da folha de salários. "Seria importante avançar nisso, fazer uma coisa com mais alcance e com efeito de maior duração."

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