PUBLICIDADE

Missa para 250 mil inaugura pontificado

Francisco recebe anel de pescador e pálio, símbolos do poder papal, na Praça São Pedro

Por José Maria Mayrink e VATICANO
Atualização:

O papa Francisco, eleito dia 13, celebra missa solene hoje na Praça São Pedro para marcar oficialmente o início do seu pontificado, como sucessor de Bento XVI, que renunciou em 11 de fevereiro e deixou suas funções no dia 28. Cerca de 250 mil pessoas, pelos cálculos do Vaticano, deverão assistir à cerimônia, que vai durar de uma hora e meia a duas horas. Até ontem à tarde, 132 delegações oficiais chefiadas por reis, chefes de Estado, de governo ou seus representantes haviam confirmado presença. Até o turco Bartolomeu 1.º, considerado o "papa" dos cristãos ortodoxos, participará da posse. É a primeira vez que isso ocorre desde que a Igreja Católica e a Ortodoxa se separaram, em 1024. O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, informou que a Santa Sé não convida os países, mas comunica a realização da cerimônia. "Quem quiser vir será bem-vindo", afirmou. A missa se iniciará às 9h30 (5h30 em Brasília) e será celebrada em frente à Basílica de São Pedro. A previsão do tempo promete dia de céu limpo, com temperatura entre 7 e 14°C - ontem, choveu até o início da tarde. O papa, os concelebrantes e as autoridades terão a proteção de toldos. Francisco sairá da Casa Santa Marta, dentro do Vaticano, às 8h50 e entrará de papamóvel na Praça São Pedro pelo portão da direita, para quem olha a Basílica de frente. Fará então um longo giro pelas ruas ou passarelas que separam os quadrados cercados por cavaletes destinados aos fiéis e turistas. Às 9h15, se dirigirá à sacristia, ao lado da capela de La Pietá, de Michelangelo, para vestir os paramentos litúrgicos.Acompanhado de 10 patriarcas, 4 deles cardeais, chefes de igrejas orientais católicas ligadas a Roma, Francisco irá até o Altar da Confissão, ou Túmulo de São Pedro, de onde sairá a procissão para a missa. Todos os cardeais presentes em Roma participarão da procissão. Dois diáconos levarão o anel do pescador e o pálio, uma espécie de estola de lã de carneiro, símbolos do poder papal, que Francisco receberá antes de começar a missa. Dois coros entoarão as Laudes Regiae, uma ladainha de todos os santos, entre os quais são nomeados os 17 papas que foram canonizados, de São Xisto I a São Pio X, para pedir intercessão pelo êxito do pontificado que se inicia. Antes do início da celebração da missa, o protodiácono, cardeal Jean-Louis Tauran, o mesmo que anunciou o Habemus Papam, coloca o pálio nos ombros de Francisco. Depois, o cardeal decano, Angelo Sodano, põe o anel do pescador no dedo do papa. O pálio simboliza o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas e o anel lembra Pedro, o pescador, a quem Cristo confiou o governo da Igreja,Missa. O altar e as áreas destinadas aos convidados ficam no Sagrado, onde Pedro teria sido martirizado, no Circo de Nero. Os concelebrantes são 180 - cardeais e superiores gerais da Companhia de Jesus, à qual o papa pertence, e da Ordem dos Frades Menores (Franciscanos), fundada por São Francisco de Assis.A missa solene será celebrada em latim, com exceção das leituras. O Evangelho será lido ou cantado apenas em grego, e não em latim e grego, como tradicionalmente nessa cerimônia. A primeira leitura, do segundo livro de Samuel, será feita em inglês, e a segunda, da carta de Paulo aos romanos, em espanhol. Nas orações do ofertório, as petições serão em russo, francês, árabe, swahili (língua africana) e chinês. O papa não dará a comunhão, que será distribuída por 500 sacerdotes. Depois da celebração, Francisco irá para junto do Altar da Confissão, o túmulo de São Pedro, onde receberá os cumprimentos dos chefes das delegações estrangeiras. O porta-voz do Vaticano alertou os jornalistas para a homilia da inauguração do pontificado, que o papa fará após a leitura do Evangelho. "Vamos distribuir o original, em italiano, antes da missa, mas aconselho prestar atenção, porque, embora o texto tenha sido escrito por Francisco, ele já mostrou que gosta de improvisar", disse Lombardi.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.