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Moagem de cana 12/13 do centro-sul crescerá 5%, prevê Datagro

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Por Redação
Atualização:

A moagem de cana em 2012/13 do centro-sul do Brasil foi estimada em 518,3 milhões de toneladas, apresentando recuperação de 5,1 por cento após a quebra da safra anterior, disse o presidente da Datagro nesta quinta-feira. Segundo Plinio Nastari, as condições climáticas secas durante 2011 atingiram o plantio, o que afetará negativamente a nova safra. Além disso, ele ressaltou que as chuvas no início de 2012 "não têm sido muito animadoras" para a nova temporada. Na safra anterior (2011/12), a moagem de cana do centro-sul, região que responde por cerca de 90 por cento da safra brasileira, foi de 493 milhões de toneladas, segundo a consultoria. Já a produção de açúcar do centro-sul na nova safra foi prevista em 33,88 milhões de toneladas, segundo a consultoria, contra 31,19 milhões em 2011/12. A produção de etanol do centro-sul em 12/13 foi estimada em 21,8 bilhões de litros, ante 20,59 bilhões de litros na temporada anterior. As adversidades climáticas vistas na temporada anterior, como a seca e até geadas, resultaram na primeira queda em 11 anos na moagem. Em 11/12, um canavial envelhecido após escassos investimentos nos últimos anos também colaborou para a queda de produtividade. "Primeiro, em 2011 foi um ano muito seco. Essa condição climática aliada aos fenômenos de florescimento (da cana) e geadas fizeram com que o plantio da cana de 18 meses fosse abaixo do planejado. Segundo, boa parte da cana de 18 meses sofreu impacto das geadas... e isso resulta em perda de produtividade....", afirmou Nastari ao explicar sua primeira estimativa para nova safra do centro-sul. Ele declarou ainda que problemas de plantio durante 2011 farão com que parte da cana que seria colhida na temporada 12/13 só fique pronta para colheita ao final da safra ou mesmo no início da próxima. "Ao ficar pronta para o corte em novembro, dezembro e janeiro, estaremos próximos do encerramento da safra. Portanto, boa parte da cana vai ser colhida em 2013", disse Nastari. Segundo Nastari, a nova estimativa de moagem não incorpora eventuais problemas como infestação de pestes, florescimento da cana e geadas, fatores que reduziram a produtividade na temporada passada. "Esse é o cenário sem a ocorrência desses fenômenos, que, nós esperamos, não se repetirão", disse Nastari, ressaltando que a sua consultoria tem tido uma capacidade de acerto grande, tendo antecipado em agosto do ano passado o número bem próximo do final da moagem 2011/12. O analista disse ainda que a moagem de cana da nova safra deve começar entre 10 e 15 de abril. "Algumas usinas vão começar em maio, mas o setor vai começar em meados de abril", disse ele. A produção total de açúcar do país, maior produtor global, foi projetada em 38,78 milhões de toneladas em 12/13, enquanto a produção de etanol no Brasil foi vista em 23,9 bilhões de litros. COMÉRCIO A exportação de açúcar do centro-sul na nova temporada foi estimada em 23,6 milhões de toneladas pela consultoria. Na temporada anterior, os embarques somaram 21,69 milhões de toneladas. No caso do etanol, a consultoria prevê que as exportações totalizem 1,8 bilhão de litros, contra 1,64 bilhão de litros do ciclo 2011/12. As importações de etanol foram previstas pela consultoria na atual temporada em 470 milhões de litros, bastante inferior aos 1,6 bilhão de litros adquiridos pelo Brasil em 2011/12. AVALIAÇÃO DE RISCO A informações sobre a safra foram divulgadas após a apresentação do novo presidente-executivo da Benri (Biomass, Energy Research Institute), Manoel Bertone, ex-secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura. O Benri é a primeira empresa de rating do setor sucroalcooleiro do mundo, com sede no Brasil, que contará com o conhecimento da Datagro nas avaliações operacionais que fará das usinas de cana. "Os clientes são as usinas... quem contrata, tem a opção de divulgar ou não o rating", explicou Nastari, acrescentando que neste primeiro ano de atuação o Benri poderá avaliar de 15 a 20 usinas. A diferença do Benri para outras agências de classificação de risco está no fato de que a companhia fará avaliações da situação operacional das empresas, explicou Nastari. (Reportagem de Roberto Samora)

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