PUBLICIDADE

Moinhos voltam a comprar trigo brasileiro

Governo argentino restringe exportação do cereal e obriga indústria do Brasil a buscar mercado interno

Por Jane Miklasevicius
Atualização:

As restrições impostas pelo governo argentino à exportação de trigo acabaram por favorecer o escoamento da safra no Brasil. Um número maior de moinhos está no mercado tentando reforçar o estoque com trigo brasileiro, o que fez os preços reagiram. No Paraná, a cotação voltou ao patamar do início de setembro, mês em que os preços foram os mais remuneradores dos últimos anos, entre R$ 630 e R$ 650/tonelada. Participantes do mercado dizem que esse aquecimento do mercado interno tende a continuar enquanto houver produto disponível para comercialização. Na Argentina, os sinais são cada vez mais fortes de que o governo não irá liberar, no curto prazo, novas licenças para exportação, além dos 7 milhões de toneladas já registradas. Do volume total já registrado para exportação na Argentina, pouco mais de 2 milhões de toneladas devem vir para o Brasil até fevereiro. Se novas licenças não forem liberadas para embarque a partir de março, os moinhos brasileiros devem comprar o produto nacional e de outros países, como os Estados Unidos. Fim da safra A safra nacional de trigo está praticamente encerrada. No Paraná e no Rio Grande do Sul falta colher menos de 1% da área. Os resultados obtidos pelos produtores dos dois Estados diferem muito. No Paraná, o produto colhido é de boa qualidade e mais de 70% da produção já foi comercializada pelos produtores, segundo o Departamento de Economia Rural. No Rio Grande do Sul, a Emater informa que, depois de um início promissor, a safra deverá terminar de maneira frustrante. É que o excesso de chuva em setembro e outubro transformou boa parte do produto em triguilho, sem muito valor comercial.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.