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Moradora do Crusp sofre intimidação

Por ter se posicionado contra invasão e saque, aluna não se sente segura para andar no câmpus

Por Luciana Alvarez
Atualização:

Extremismo. Liliane Oliveira denuncia autoritarismo

 

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Aluna de Letras e moradora do Conjunto Habitacional da USP (Crusp), Liliane Oliveira não se conforma que um grupo de colegas, alegando falar em nome da maioria, tenha invadido um prédio da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas) e saqueado o restaurante central do câmpus.

 

Liliane relata que, quando pediu a palavra em uma assembleia, a recepção foi violenta. "Ficaram assobiando no meu ouvido para eu não conseguir falar", conta. "Depois, um grupo foi atrás de mim. Meu namorado e uns amigos me defenderam. Mas aqui não é faroeste."

 

Desde então, juntou-se a alguns vizinhos e passou um abaixo-assinado denunciando "práticas extremistas" e manipulação feita pela associação de moradores. Já recolheu mais de 400 assinaturas - moram no Crusp cerca de 1,5 mil estudantes.

 

"Eles são poucos, mas são violentos. Mas a mim não vão intimidar", diz Liliane. Ainda assim, a estudante prefere falar baixo, mesmo dentro de seu quarto no Crusp, e não se sente segura em andar sozinha pelo câmpus.

 

Práticas de intimidação são confirmadas por outros alunos. "Vi um colega sendo acuado por um grupo. Eles ficaram xingando, com o dedo na cara dele. Depois disso, ele não está mais participando", afirmou um morador do Crusp que pediu anonimato.

 

"Por eu ser contra eles, me ameaçaram, disseram que me pegariam fora da USP", diz Elton Ribeiro, aluno de Letras. "Sou de esquerda, fui sindicalista e nunca vi os representantes serem contra os representados."

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