Mortalidade: País deve superar meta fixada pela Unicef

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Por WLADIMIR D'ANDRADE
Atualização:

O Brasil caminha para atingir antes do prazo a meta de redução em dois terços na mortalidade entre crianças de até cinco anos de idade, fixada pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef). Dados do Ministério da Saúde mostram que o índice de mortalidade antes dos cinco anos caiu 46,4% entre 1990 e 2005 - de 53,7 para 28,7 a cada mil. Se for mantido o ritmo, segundo o ministério, o objetivo será alcançado em 2012, três anos antes do prazo. O Brasil não foi citado nominalmente no relatório divulgado hoje, em que o Unicef anunciou o menor índice de mortalidade de crianças até cinco anos da história. No entanto, o Fundo já declarou que o Brasil é um dos sete países, dentre 60, em condições de atingir a meta. Conforme os dados do Ministério da Saúde, a Região Nordeste apresentou a redução mais expressiva de 1990 a 2005, período do levantamento mais recente. De acordo com Fátima Marinho, coordenadora de Informação e Análises Epidemiológicas do ministério, a região conseguiu reduzir em 55,4% o índice de mortalidade entre crianças de zero a cinco anos, de 87,3 para 38,9. Já a Região Sudeste apresentou a menor queda, de 47,5% - de 36,6 em 1990, para 19,2 em 2005. Em compensação, o Sudeste só não tem melhor índice que a Região Sul (18). Em relação à mortalidade de crianças de até um ano de idade - faixa denominada tecnicamente pelos pesquisadores "mortalidade infantil", enquanto a de zero a 5 anos é classificada como "mortalidade da infância" -, a Região Nordeste também se destaca: diminuiu o índice de 71,4 em 1991, para 31,6 em 2005. A menor queda foi verificada na Região Norte. Em 1991, os sete Estados dessa região registraram 43,6 mortes de crianças até um ano entre mil nascidas. Já em 2005, o número caiu para 25,5. Ainda sim, a redução foi de 71%. Causas Segundo a coordenadora, a redução expressiva nos índices de mortalidade infantil e da infância se deve principalmente a três fatores: melhora no nível de escolaridade das mães é o principal deles. "Com acesso à informação, as mães tomam mais cuidados, como vacinar os filhos e alimentá-los melhor", afirma Fátima. Segundo ela, o segundo fator a contribuir no combate à mortalidade é o programa Saúde da Família, lançado em 1994 e voltado para a assistência médica a famílias carentes, principalmente depois de 2003, "quando atingiu as áreas com menores índices de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)". Outro fator importante, segundo a coordenadora, é a expansão do saneamento básico no País.

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