MP denuncia 62 por fraude contra o INSS em Minas

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Por EDUARDO KATTAH E RAQUEL MASSOTE
Atualização:

O Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais informou hoje que ofereceu denúncia contra 62 pessoas por fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Conforme o MPF, o grupo estava dividido em duas quadrilhas que atuavam na região metropolitana de Belo Horizonte. O esquema fraudulento consistia na comercialização de atestados, receitas médicas ou relatório/laudos que eram utilizados em perícias médicas em todo o Estado. A estimativa é de que o prejuízo causado aos cofres públicos tenha sido de mais de R$ 5 milhões. De acordo com a denúncia, o esquema funcionou durante mais de dez anos e chegou a fornecer cerca de 400 laudos falsos para aposentadoria, a maioria por incapacidade psicológica. O despachante Fernando de Araújo Júnior foi apontado como chefe da quadrilha. A ele, conforme o MPF, cabia a tarefa arregimentar e fazer os contatos iniciais com os "clientes", ou seja, pessoas que não possuíam tempo necessário para aposentar-se ou não preenchiam os requisitos necessários para a concessão de benefícios previdenciários. A Procuradoria da República em Minas observou na acusação formal que a quadrilha "providenciava os atestados médicos e quaisquer outros tipos de exames, independentemente da doença que se desejava forjar, chegando até mesmo a instruir os ''clientes'' a se automedicarem com substâncias que influíam no resultado das perícias a que tinham de se submeter no INSS". Os denunciados foram acusados, entre outros crimes, da prática de estelionato, formação de quadrilha, falsificação de documentos e corrupção. Fernando de Araújo e seu advogado não foram encontrados pela reportagem.

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