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MP-SC denuncia ex-cônsul espanhol por explorar jogo

A quadrilha, segundo o MP, utilizava mais de 34 empresas, algumas de fachada para lavar dinheiro

Por Solange Spigliatti
Atualização:

O Ministério Público Federal em Santa Catarina denunciou oito envolvidos na Operação Cartada Final, deflagrada no dia 4 de junho e que desmantelou uma quadrilha especializada na exploração de jogos de azar, entre eles o ex-cônsul honorário da Espanha Antônio Escorza Antoñanzas. Segundo o MPF, ele exercia o cargo equivalente a um diretor-presidente da organização criminosa, que se dedicava a montar máquinas de jogos de azar para serem distribuídas em diversos Estados do País e no exterior. A remuneração era garantida através do controle exercido por gerentes regionais e do monopólio da assistência técnica às máquinas, mantendo pessoal especializado para prestar assessoria aos clientes da organização e para resolver eventuais problemas técnicos que surgissem. A quadrilha, segundo o MP, utilizava mais de 34 empresas, algumas de fachada. Escorza possuiria, também, várias empresas no exterior, além de offshores em paraísos fiscais. A organização, sediada em Joinville, tinha máquinas em outros municípios de Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro (já denunciados na Operação Ouro de Tolo) e em outros Estados. No Nordeste, por exemplo, havia um gerente exclusivo para a atuar na região. As máquinas caça-níqueis também eram exportadas para o México, República Dominicana, Panamá, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Argentina, Paraguai e Espanha, através de contratos de câmbio com informações falsas, do material exportado, de seu valor e do próprio efetivo exportador. Os denunciados buscavam burlar a fiscalização federal, pois com o valor subfaturado, diminuía a incidência de impostos. O complemento para o valor real das máquinas era depositado em contas da organização no exterior, geralmente em offshores. A organização cobrava, na maior parte das vezes, 50% do lucro que elas proporcionavam. Exames financeiros demonstraram que em cerca de 11 meses uma das empresas da organização recebeu depósitos em cheque e em espécie, sem identificação dos depositantes, efetuados nos Estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, no valor de R$ 5,5 milhões.

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