MS registrou 75% dos assassinatos de índios em 2008

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Por Gustavo Uribe
Atualização:

O Estado de Mato Grosso do Sul liderou em número de mortes violentas de indígenas registradas em 2008 pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Levantamento preliminar que comparou os dados do ano passado com os de 2007 mostra que o Estado apresentou 74 casos, dos quais 40 foram assassinatos e 34, suicídios. Sozinho, o Estado representou 75% dos assassinatos de indígenas registrados no País. Já o número de suicídios cresceu 54% ante 2007, quando foram registrados 22 casos no Estado. No País, o levantamento do Cimi aponta uma diminuição em cerca de 40% nos assassinatos: de 92 casos, em 2007, para 53, no ano passado. Apesar dos dados alarmantes, o Mato Grosso do Sul apresentou uma diminuição em relação ao total de assassinatos em 2007, que chegou a 53. Segundo o levantamento, a grande incidência de mortes no Estado se deve aos conflitos por terra entre os índios da etnia guarani-caiová e fazendeiros. Segundo relatórios anteriores publicados, o Cimi considera a matança um "genocídio". Outro Estado que preocupa o Cimi é Minas Gerais, que registrou quatro assassinatos de índios em 2008. Uma das vítimas foi o prefeito de São João das Missões, José Nunes de Oliveira, da etnia xacriabá. Em Pernambuco, o vereador Mozeni Araújo de Sá, líder do povo trucá, foi morto na cidade em que foi eleito, Cabrobó. A diminuição no número de assassinatos no País não significa, no entanto, queda no número de conflitos entre indígenas e fazendeiros, que se intensificam nos últimos anos com a expansão do agronegócio, segundo informações da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Além de assassinatos, o Cimi aponta graves casos de agressões em todo o País. No sul da Bahia, em outubro de 2008 a Polícia Federal feriu mais de 20 índios da etnia tupinambá com a utilização de um helicóptero e 25 viaturas, segundo o Cimi.

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