MST libera ferrovia de Carajás, no Pará

PUBLICIDADE

Por CARLOS MENDES
Atualização:

Fechada por aproximadamente cinco mil pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desde a manhã de ontem, a ferrovia de Carajás, no sudeste do Pará, foi liberada hoje depois que o governo federal decidiu mobilizar cinco ministérios para conversar com os líderes do MST na próxima quinta-feira. "As famílias não vão abandonar o local, apenas permitiremos a passagem dos trens da Vale do Rio Doce. Estamos montando acampamentos na fazenda Palmares I e II, onde ocorreu a interdição, enquanto durar a reunião com o governo", explicou o coordenador estadual do MST, Charles Trocate. A principal reivindicação do MST é a legalização de cinco fazendas invadidas pelo movimento, além do planejamento para outras áreas já vistoriadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O último trem da Vale, com carregamento de minério de ferro, passou pelo local 10h45 de ontem, chegando a ser apedrejado pelos manifestantes. A empresa decidiu suspender o tráfego pela ferrovia. Segundo a Vale, a invasão provocou a paralisação de 2.700 vagões de carga com 250 mil toneladas diárias de ferro. Em nota, a Vale afirma que nada tem a ver com as reivindicações feitas pelos manifestantes, que incluem legalização de imóveis, reforma agrária, doação de cestas básicas e até "fim do imperialismo". O MST rebate, dizendo que sua pauta também inclui a suspensão, pela Vale, do fornecimento de minério de ferro para as onze siderúrgicas instaladas no Distrito Industrial de Marabá. Também protesta contra a criação do Distrito de Carajás, onde será implantado um projeto de reflorestamento.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.