09 de maio de 2012 | 17h29
Desempregada e já sentindo as contrações, Suellen só foi liberada após pagar R$ 884 ao ex-marido, referente a todos os meses em atraso. "Juntamos o dinheiro que tínhamos de contas, emprestamos do patrão da minha mãe, vizinhos, foi uma loucura", comenta a cunhada Elidamaris Carpinetti da Silva Ferreira.
Suellen, que vive em um quarto simples, apenas com colchões ao chão, divide espaço com a sogra e o atual marido, que está preso por porte ilegal de armas. No espaço, o berço aguarda o menino que está para nascer de parto cesárea na manhã desta quinta-feira (10), fruto do segundo casamento.
Suellen afirma que no início da separação, há dois anos, pagava a pensão mensalmente. "Nos primeiros meses eu dava o que podia, mas como estava desempregada parei de pagar, mas sempre entregava o dinheiro direto a ele, nem fazia recibo", diz a jovem enquanto tentava encontrar uma posição para sentar. "Não imaginava que ele entraria na justiça, nem que estava nisso, nunca me neguei a pagar", comenta a ex-balconista, que só ficou sabendo do processo movido pelo ex-marido após comparecer à delegacia.
Identificado apenas pelo nome de Gabriel, o ex-marido é vigilante de agência bancária e recebeu a guarda da filha depois que Suellen afirmou não ter condições de criar a menina. "Ela nem vê a menina, ele esconde ela, poucas vezes ela viu a criança", defende a cunhada.
Vivendo de favor com a sogra e a cunhada, Suellen passou a quarta-feira atendendo a imprensa e ainda não constituiu advogado para defendê-la. Segundo a jovem, o juiz estipulou uma pensão mensal no valor de R$ 81. O juiz não foi localizado para comentar o caso.
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