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Na ausência de Huckabee, quem os evangélicos apoiarão nos EUA?

Por ED STODDARD
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Para Mike Huckabee, pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos, o fim pode estar próximo. Na terça-feira, o pastor batista enfrentará dois rivais com mais dinheiro, mais prestígio e mais força em 21 Estados em meio à disputa pela vaga do Partido Republicano para as eleições presidenciais de novembro. E, segundo especialistas, as chances dele são quase nulas. Se a surpreendente vitória de Huckabee, que surgiu do nada, nas prévias iniciais de Iowa no mês passado não render mais frutos nos pleitos da superterça, os partidários evangélicos e conservadores dele se transformarão em um universo a ser cotejado para as eleições nacionais de 4 de novembro. "Os evangélicos representam uma incógnita. Quem quer que conquiste a vaga republicana, se não Huckabee, precisará conseguir parte dos votos evangélicos", afirmou Tony Perkins, presidente do Family Research Council, um grupo conservador de lobby que mantém fortes laços com essa parcela dos eleitores. Os evangélicos protestantes brancos formam uma base de votos republicanos fundamental, apontada como um dos fatores responsáveis por garantir dois mandatos ao presidente George W. Bush. Esse grupo equivale a um quinto da população norte-americana e a pelo menos um terço dos eleitores republicanos, o que significa um fator eleitoral decisivo dentro de um país no qual o disseminado grau de religiosidade e o grande número de frequentadores de igrejas se traduzem muitas vezes em uma mistura da religião com a política. No entanto, Huckabee, ex-governador do Estado de Arkansas, não conseguiu angariar eleitores para além dessa base, fazendo com que sua campanha perdesse força após ter vencido as primárias de Iowa, as primeiras do processo que ocorre em cada Estado norte-americano -- a única vitória do pré-candidato até agora. Huckabee espera registrar um bom desempenho em pelo menos alguns Estados do sul, entre os quais Arkansas, na superterça, que ocorre na próxima semana. No entanto, se o pré-candidato se vir obrigado a abandonar a disputa, analistas tentam prever para qual dos dois concorrentes restantes, o senador pelo Arizona John McCain e o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, os evangélicos penderão. Nas prévias republicanas da Flórida, vencidas por McCain, pesquisas de boca-de-urna indicaram que Huckabee, que terminou em terceiro lugar, ficou com 34 por cento do eleitorado protestante branco. Romney conquistou 32 por cento desses votos, ao passo que McCain obteve 25 por cento. Os evangélicos vêem problemas nos dois principais nomes do Partido Republicano. Alguns cristãos conservadores não se esqueceram do fato de McCain ter criticado o papel deles nas prévias republicanas de 2000, descrevendo-os como "agentes da intolerância". Romney, de outro lado, converteu-se apenas recentemente à luta contra o aborto e a religião mórmon, que ele segue, é considerada um tipo de culto por muitos evangélicos.

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