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Na China, smartphones locais mais baratos desafiam a Apple

Por MELANIE LEE
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No florescente mercado de celulares inteligentes da China, que neste ano deve superar o dos Estados Unidos como maior do mundo, diversas empresas locais pouco conhecidas estão se preparando para tirar participação de mercado da gigante norte-americana Apple e seu iPhone, por meio de modelos de baixo preço. No mais recente desafio local ao iPhone, a Xiaomi Technology lançou na quinta-feira o sucessor de seu popular modelo MiOne (MI). O MI2 tem especificações superiores às do iPhone 4S e está à venda por menos de metade de seu preço. Os celulares inteligentes da Xiaomi --fundada apenas dois anos atrás mas estimada com avaliação de mercado já superior à da Research In Motion, fabricante do BlackBerry-- se provaram tão populares que os estoques costumam se esgotar em minutos, quando eles são colocados à venda online. A empresa, fundada por Lei Jun, seu presidente-executivo, anunciou no mês passado que sua receita no primeiro semestre havia chegado perto de 1 bilhão de dólares, com a venda de mais de três milhões de celulares. Espelhando a conferência anual da Apple para os criadores de software, a WWDC, na qual os fãs da companhia pagavam para ouvir Steve Jobs apresentando novos produtos, Lei cobrou 199 yuan (31,30 dólares) dos usuários interessados em comparecer ao lançamento do novo aparelho, em Pequim, doando os proventos para caridade. O evento foi assistido por mais de mil pessoas. Embora as vendas do iPhone devam crescer na China, a participação de mercado da Apple pode se estagnar ou até cair, porque as mudanças na demografia do mercado significam que o iPhone só floresce em algumas das cidades chinesas mais ricas, dizem analistas. O grupo de pesquisa IDC estima que em 2012, na China, celulares inteligentes com preço inferior a 200 dólares responderam por 40 por cento dos embarques, enquanto os aparelhos com preço de 700 dólares ou mais responderam por 11 por cento do mercado. "A faixa de preço acessível na China fica entre os 800 e 1,5 mil yuan (130 a 240 dólares)", disse Michael Clendenin, diretor executivo da RedTech Advisors, uma consultoria de Pequim. "O ‘lao bai xing', o homem das ruas, opta por esses celulares de categoria média". Li Xing, 35, elogiando a qualidade do sinal do celular Xiaomi no evento de lançamento, disse que "prefiro não usar a Apple porque não quero que meu celular seja um produto de luxo. É só um telefone'. O MI2, que chega ao mercado em outubro por 1.999 yuan (310 dólares) tem processador quad-core, câmera de oito megapixels e um sistema de comando por voz como o Siri, da Apple. (Reportagem adicional de Jane Lee em Pequim)

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