Na TV, tia de Isabella pede que não prejulguem irmão

A libertação de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá deve ser decidida ainda nesta sexta-feira

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Por Solange Spigliatti
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A tia da menina Isabella Nardoni, Cristiane Nardoni, pediu nesta sexta-feira, 11, ao público, em entrevista ao 'Programa Mais Você', da Rede Globo, que não prejulgue o irmão, Alexandre Nardoni. "Peço às pessoas paciência", disse Cristiane por telefone. "Não condenem ele antes da hora", acrescentou. A tia de Isabella contou que estava em um bar, na zona norte de São Paulo, no dia em que ocorreu o crime e negou, novamente, que tenha dito qualquer frase que pudesse comprometer o irmão, pouco antes de deixar o local, conforme supostos relatos de testemunhas que estavam no mesmo bar. VEJA TAMBÉM Decisão sobre habeas-corpus deve sair nesta sexta A tragédia, as dúvidas e contradições do caso Escute por que crimes assim comovem a sociedade Tudo o que já foi publicado sobre o caso Isabella  Segundo Cristiane, em razão de uma apresentação musical, havia muito barulho no bar no momento em que recebeu uma ligação, por meio da qual teria sido informada de que algo havia ocorrido com Isabella. A tia da menina acrescentou que teve de ir ao banheiro para ouvir o telefonema com mais clareza. Alexandre e a mulher, Anna Carolina Jatobá, estão presos temporariamente desde quinta-feira da semana passada e o pedido de habeas-corpus apresentado pela defesa do casal deve ser julgado nesta sexta, pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo. Para a polícia, no entanto, a história é um pouco diferente. "Meu irmão fez uma cagada." Segundo a polícia, essa foi a frase dita por Cristiane ao receber telefonema de seu pai informando a morte de sua sobrinha Isabella Nardoni, 5 anos. O comentário foi ouvido pelo gerente e por um garçom do bar onde ela estava, na zona norte da cidade. Duas testemunhas confirmaram a versão à polícia, na quarta-feira, ao delegado-titular do 8º DP, Roberto Pacheco Toledo. Isabella morreu após cair do apartamento 62 do Edifício Residencial London, Vila Mazzei, Zona Norte, no dia 29 de março. No apartamento, vivem Alexandre, a madrasta da criança, Anna Carolina Jatobá, 24 anos, e os dois filhos do casal, de 11 meses e 3 anos. Ao menos 43 pessoas foram ouvidas pela polícia desde a noite do crime.  Saco de roupas Os investigadores que acompanhavam a delegada saíram com um saco de roupas. Os peritos do Instituto de Criminalística (IC) confirmaram que foram encontradas manchas que podem ser de sangue na roupa que Anna Carolina usava na noite do crime. Os peritos já sabem que Anna Carolina trocou de blusa após a queda de Isabella. Ao chegar ao prédio ela usava uma blusa preta. Depois da queda da criança, ela usava uma blusa verde-água. As testemunhas são unânimes em dizer que a madrasta não se aproximou de Isabella depois da queda. Para confirmar o que disseram as testemunhas, os policiais foram anteontem verificar as imagens da câmera de vídeo do prédio em frente ao Edifício London. Os técnicos tinham apreendido uma fita de monitoramento da garagem desse prédio, que grava o movimento da rua. Mas não conseguiram assistir às imagens nos aparelhos da delegacia. Os peritos suspeitam que a blusa foi lavada depois do crime. Uma análise química dos fios do tecido será feita para averiguar essa suspeita. As manchas achadas, ainda segundo os peritos, são compatíveis com o cenário de alguém que carregasse a menina no colo. Os peritos concluíram ainda que o sangue no chão do apartamento é resultado de pingos que caíram de uma altura de pouco mais de um metro. O IC busca também, por um exame de DNA, comprovar que o sangue encontrado na blusa e na calça é mesmo da madrasta. Na quinta-feira ainda, depôs no 9º DP um pedreiro que trabalha numa obra atrás do Edifício London. O local teria sido invadido no dia do crime, o que reforçaria a tese dos advogados do casal. Eles alegam que uma pessoa pode ter invadido o prédio e fugido pelos fundos. Ao sair da delegacia, porém, o pedreiro negou que alguém houvesse estado na obra na noite do crime ou na madrugada seguinte. Outros homens que trabalham na obra disseram também ao JT não terem notado nada de anormal entre o sábado em que a menina caiu e o domingo seguinte.

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