'Nada muda' na defesa do casal Nardoni, dizem advogados

Alexandre e Anna Jatobá foram denunciados nesta tarde por promotoria, que pediu prisão preventiva

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Por Rodrigo Brancatelli
Atualização:

Os advogados de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, denunciados nesta terça-feira, 6, à Justiça pelo assassinato de Isabella Nardoni, afirmaram que "nada muda" na defesa do casal depois da decisão do Ministério Público (MP) de pedir a prisão preventiva do casal. Segundo Rogério Neres de Sousa, um dos defensores do caso, eles só irão manifestar-se depois de a denúncia ser analisada pelo juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri de Santana. VEJA TAMBÉM Defesa duvida de prisão preventiva de casal Nardoni Promotor diz que pai e madrasta 'mataram a menina' Fotos do apartamento onde ocorreu o crime  Cronologia e perguntas sem resposta do caso  Tudo o que foi publicado sobre o caso Isabella   O promotor Francisco Cembranelli afirmou nas seis páginas que compõem a denúncia que há "provas contundentes" de que Isabella foi asfixiada por Anna Carolina para depois ser jogada do 6º andar por Alexandre. Além de ser acusado de homicídio qualificado com três agravantes - motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima -, o casal também foi responsabilizado por fraude processual (alteração da cena do crime). "Sabíamos que o promotor Francisco Cembranelli iria oferecer essa denúncia, então a defesa não fará nada de diferente por enquanto", diz Neres de Sousa. "Sobre a suposta fraude processual, é mais um item que a acusação terá de provar, e não apenas supor. O casal não alterou a cena do crime. Primeiro falaram que foi o pai do Alexandre que mexeu na cena do crime, depois falaram que foi a irmã... E não deu em nada, não conseguiram provar nada." Nesta terça-feira, um advogado do escritório que representa o casal ficou de plantão no Fórum de Santana para ter acesso ao parecer do MP. A defesa acredita que poderá provar que o promotor não conseguiu "individualizar a conduta" do casal em sua denúncia - ou seja, precisar exatamente o que eles fizeram e discriminar as responsabilidades com base nos laudos e depoimentos do inquérito. Se o juiz considerar que o MP não descreveu o crime em todas as circunstâncias, a denúncia pode ser considerada "inepta". Na tentativa de desqualificar as provas da polícia, os advogados vão contratar um perito e um médico-legista para fazerem um parecer técnico sobre os laudos apresentados pelo Instituto de Criminalística e pelo Instituto Médico-Legal. "Vamos mostrar a fragilidade da acusação", diz Marco Polo Levorin, principal advogado do casal. "Também descartamos entrar com habeas-corpus preventivo, pois acreditamos que não há base legal para a prisão ser realmente decretada."

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