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Negociações chegam a impasse no Quênia; Annan consultará líderes

Por DUNCAN MIRIRI E C. BRYSON HULL
Atualização:

As negociações realizadas no Quênia para solucionar a atual crise política do país chegaram a um impasse na segunda-feira e os representantes dos dois lados afirmaram que o presidente Mwai Kibaki e o adversário dele, Ralia Odinga, precisam tomar decisões difíceis sobre a divisão de poder. As equipes de negociadores reuniram-se na manhã de segunda-feira tentando finalizar um acordo que coloque fim aos distúrbios surgidos após a eleição presidencial vencida por Kibaki. Durante os conflitos, ao menos mil pessoas foram mortas. Os dois lados tentam concluir o processo antes que expire na quarta-feira a trégua da oposição --depois dessa data, os partidários de Odinga prometem retomar suas manifestações de rua. O governo aceitou, a princípio, criar um cargo de primeiro-ministro conforme exigia a oposição, mas os dois lados não concordaram ainda sobre os poderes desse novo posto, sobre como dividir os ministérios e sobre a possibilidade de ser realizada uma nova eleição nacional caso o futuro governo de coalizão entre em colapso. No começo da tarde, os representantes de Kibaki e de Odinga disseram não ter chegado a um acordo ainda e que tiveram de encaminhar as questões a seus chefes por meio do mediador Kofi Annan, ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). "Separamos vários assuntos a respeito dos quais nosso presidente (o coordenador das negociações, Annan) precisará consultar nossos líderes", afirmou a repórteres Mutula Kilonzo, representante do governo. William Ruto, da oposição, disse ter chegado a hora de Kibaki e Odinga "lançarem mão de seu poder de barganha". "A respeito de várias questões importantes, não conseguimos chegar a um acordo, de formam que essas questões foram encaminhadas a nossos chefes na esperança de que consigam resolvê-las", disse Ruto a repórteres. Annan confirmou a informação. A crise em torno da polêmica reeleição de Kibaki, a pior enfrentada pelo Quênia desde sua independência, em 1963, prejudicou a imagem de um país antes tido como uma democracia estável e um bom local para investir e fazer turismo. (Reportagem adicional de Wangui Kanina; Texto de Bryson Hull)

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