Neurocirurgião é acusado de fraudar hospital no Rio

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Por Clarissa Thomé
Atualização:

A polícia cumpriu mandado de busca e apreensão na casa e consultório do chefe da neurocirurgia do Hospital Municipal Salgado Filho e em outros 13 endereços de suspeitos de forjar documentos para justificar a compra de materiais para procedimentos cirúrgicos, que não chegaram a ser usados. A Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública (DRCCSP) recebeu a denúncia do desvio de um funcionário do hospital. Três pacientes teriam passado por procedimento cirúrgico desnecessariamente.A fraude consistia em simular gastos com materiais e medicamentos além do necessário. Entre os materiais teoricamente comprados estão espirais de platina, usadas em cirurgias para conter aneurismas cerebrais. Os pacientes se curavam naturalmente, mas seus prontuários informavam que eles haviam recebido até 12 espirais de platina. Esse seria o caso dos três pacientes, que, apesar de operados, não receberam o material.A polícia esteve na casa do neurocirurgião Carlos Henrique Ribeiro, do empresário Jorge Figueiredo Novaes, dono de empresas suspeitas de participar do esquema, além de médico, assistente e gerente lotados no Hospital Municipal Salgado Filho."Nós já identificamos um contrato que alcança o valor de R$ 120 milhões. Todos esses documentos serão investigados para verificar a regularidade, não só com o Salgado Filho, mas com unidades estaduais e federais", disse o delegado Fábio Cardoso, titular da DRCCSP, em entrevista à Rádio CBN. A Secretaria Municipal de Saúde informou que os funcionários envolvidos foram afastados, conforme determina o estatuto do servidor público. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, a Secretaria não tinha conhecimento da denúncia, mas que vai colaborar com a polícia. E esclareceu ainda que o Salgado Filho é uma "unidade orçamentária", ou seja, gerencia a própria verba. Os advogados dos acusados não foram encontrados.

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