No Brasil, 3,8 milhões continuam fora da escola

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Por Mariana Mandelli
Atualização:

Apesar dos avanços no acesso à educação, o Brasil ainda tem 3,8 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos fora da escola. "É o equivalente à população do Uruguai", diz Priscila Cruz, do Todos Pela Educação. Segundo dados preliminares do Censo 2010, o aumento no acesso foi de 9,2% entre 2000 e 2010. Mesmo com o crescimento, o País e as regiões não atingiram as metas da organização.A região do País que registrou o maior aumento foi a Norte, que já partia de um baixo patamar, com 14,2%. A menor taxa, 8%, aparece no Sudeste, que tinha situação melhor no início da década passada. É o Sudeste, região mais populosa, que apresenta o maior número absoluto de crianças sem estudar: 1.271.277. Cerca de 607 mil delas estão em São Paulo, o Estado mais populoso. Apesar dos índices, é a Região Sudeste que atingiu o maior índice de jovens matriculados: 92,7%. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação afirma que o Estado "tem alcançado elevados níveis de escolarização em todos os segmentos de renda". Um exemplo é a taxa média de escolarização, entre 1992 e 2008, no ensino fundamental, que evoluiu de 91,1% para 97,4%.Desafios. Um dos dois maiores gargalos na garantia ao acesso à escola está na pré-escola, de acordo com os dados. Cerca de 20% das crianças entre 4 e 5 anos ainda estão fora da escola. A Região Norte é a que tem a menor taxa de atendimento: 69% - mais de 201 mil estão fora da escola.Para especialistas, a situação é alarmante. "O último censo escolar do MEC mostra que não houve aumento de matrículas na pré-escola. O sinal amarelo para municípios e Estados está aceso", afirma Daniel Cara, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, citando a Emenda Constitucional 59, de 2009, que institui a matrícula obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos. O prazo para a transição é até 2016. O outro desafio está no ensino médio, etapa problemática da educação básica. Hoje, a taxa de atendimento da população entre 15 e 17 anos é de 83,3%.

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