No Brasil, Al Gore critica política ambiental dos EUA

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Por Liege Albuquerque
Atualização:

O ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, afirmou em palestra no Fórum Internacional de Sustentabilidade, em Manaus, que o principal entrave para a aprovação de uma lei ambiental em seus país são os interesses contrários às empresas que financiam as campanhas eleitorais. "A chave do eleito é conseguir fundos para a televisão que os elege. Quando existe uma empresa financiadora da campanha que possa sair prejudicada por uma lei como essa (que limita emissão de gás carbônico), a lei emperra", afirmou.O ex-vice-presidente dos EUA criticou a falta de uma política definida de defesa do meio ambiente em seu país, que, segundo ele, deveria liderar a campanha pela preservação ambiental no mundo. Além da falta de vontade política, Gore apontou ainda um "distanciamento" das previsões, "que parecem abstração". "É difícil prever desastres se você não sente na pele. É como se alguém dissesse que uma cobra iria aparecer no meio desta sala e ninguém se movesse, e só corressem quando ela, de fato, estivesse aqui", comparou.Vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2007 pelo esforço em prol do fim do aquecimento global, Gore defendeu que a biodiversidade da floresta é o futuro da tecnologia do século 21, baseada na biotecnologia. "O futuro da cura de pragas da humanidade, como o câncer, certamente está na Amazônia".Para Gore, também é importante que o mundo se una em um plano para estipular um preço ao carbono, frisando na aprovação de um mecanismo de redução das emissões geradas com o desmatamento e a degradação florestal. "É importante que haja um preço para o carbono, que as pessoas saibam que as emissões têm um preço. Isso deveria ter sido o cerne de Copenhague e esperamos que seja resolvido no México".

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