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Norte e Nordeste são alvo das grandes redes

Regiões atraem porque concentram consumo popular

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Por Márcia De Chiara
Atualização:

Junto com o Nordeste, a região Norte virou alvo de cobiça dos empresários do varejo pelo fato de ter um mercado pouco explorado e uma grande população de baixa renda. A Centauro, por exemplo, uma das gigantes do varejo de material esportivo, abriu a primeira loja em Manaus (AM) este ano. Até dezembro, inaugura outra loja em Belém (PA).Sebastião Bomfim Filho, presidente do Grupo SBF, que reúne as marcas Centauro, By Tennis, Almax Sports e Nike Store, diz que traçou um cenário "excepcional" para 2010. Vai construir um novo centro de distribuição no Nordeste para atender as lojas da região e do Norte do País. Planeja abrir ao todo 42 lojas no ano que vem. Os investimentos devem somar R$ 150 milhões. "Já temos 32 contratos assinados para abertura de novas lojas." As regiões Norte e Nordeste deverão receber um grande número de pontos de venda do grupo.Além do crescimento da renda e do emprego, o empresário aponta a Copa do Mundo de 2010 como um dos principais fatores que sustentam o otimismo. "Copa do Mundo é como se fosse um outro Natal para nós", compara. O grupo espera faturar R$ 1,5 bilhão no ano que vem, com crescimento de quase 40%.Para as Lojas Insinuante, líder na comercialização de eletroeletrônicos e móveis no Nordeste, a venda de TVs por causa da Copa do Mundo e a expansão da rede para outras regiões devem garantir o crescimento de 25% previsto para 2010. Segundo o presidente da rede, Luiz Carlos Batista, a meta é faturar R$ 2 bilhões no ano que vem. Serão abertas 50 lojas, o maior número de pontos de venda inaugurados em um único ano. "Vamos privilegiar o Norte do País e o Rio de Janeiro."SHOPPING CENTERO interesse dos varejistas pelas regiões com grande contingente da classe C foi detectado pelo Grupo Sá Cavalcante, empreendedor de shopping centers. Leonardo Cavalcante, diretor superintendente do Grupo, conta que já vendeu 45% das 295 lojas de um shopping que está em fase de construção em São Luís, no Maranhão, e que será concluído em 2011. "C&A, Renner, Riachuelo, Centauro e Etna são exemplos de redes que já fecharam contrato conosco", conta o empresário. Para ele, essa situação é totalmente atípica. "Normalmente, 60% da locação de um shopping novo ocorre no último mês", diz Cavalcante. Segundo ele, especialmente os lojistas de grandes redes, estão pedindo mais lojas. Na opinião do executivo, o que motiva os empresários do comércio a ter esse comportamento é a cobiça pela classe C. "A classe C começou a comprar tudo e isso move a economia como um todo."Além do shopping no Maranhão, o grupo tem mais três projetos em andamento, um Guarulhos (SP) e dois no Espírito Santo. Até o final de 2012 serão investidos R$ 953 milhões nos quatro projetos que irão abrigar 1.143 lojas. Hoje, o grupo tem dois shoppings em funcionamento, o Tijuca, no Rio, e o Praia Costa, no Espírito Santo. "Neste ano, não sentimos a crise nessas operações e crescemos até agosto 20% em vendas ante 2008."Para o presidente da Lojas Riachuelo, Flávio Rocha, o crédito e as classes C e D, que menos sofreram com a crise, continuam sendo os grandes motores do crescimento do País.

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